Alçada à condição de prioridade por líderes do governo e da oposição para 2008, a reforma tributária só terá chances de prosperar se for aprovada até julho pelo Congresso. A avaliação é do novo presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), que antevê o esvaziamento das duas Casas legislativas no segundo semestre do próximo ano por causa das eleições municipais.
"Vamos lutar para que ela seja votada no primeiro semestre. No segundo, com clima de eleição, será impossível", afirmou. Levantamento feito pelo
Congresso em Foco em agosto revelou que um em cada quatro deputados é pré-candidato a prefeito (
leia mais). Alguns senadores também já se movimentam para concorrer ao cargo.
Apesar de reconhecer as limitações do calendário e as profundas divergências entre os governadores quanto à reforma tributária a ser promovida, Garibaldi disse que vai se empenhar para que a proposta seja aprovada o quanto antes.
Na avaliação do presidente do Senado, essa urgência cresceu com a rejeição da CPMF pelos senadores, que vai implicar a perda de R$ 40 bilhões no próximo ano para o governo.
“Na verdade, devemos ter uma saída para esse impasse que não redunde em sacrifício para a população e nem em corte em investimentos sociais. Esse acordo oferecido pelo governo e que não saiu pode sair agora. Estou pronto para colaborar com ele”, afirmou.
O senador também se disse preocupado com a volta da inflação. "Os R$ 40 bilhões vão ficar nas mãos da população, mas não podemos nos esquecer de que ficará, também, nas mãos dos empresários. Me preocupo com o aspecto inflacionário. O Brasil não pode abrir mão de uma política antiinflacionária", disse.
(Edson Sardinha)