Prodasen justifica problemas sucessivos com internet

Fábio Góis 

A Secretaria Especial de Informática do Senado (Prodasen) divulgou nesta quinta-feira (13) nota em que explica os problemas com a rede interna de computadores da Casa, que há meses tem causado problemas no acesso a recursos de internet. Segundo o Prodasen, as páginas eletrônicas do Senado tem sido alvo de "Negação Distribuída de Serviço" (DDS, sigla para Distributed Denial of Service) - prática que tem sido verificada recorrentemente, segundo a Agência Senado, contra sites diversos, como Twitter e Facebook.

Na nota, o Prodasen afirma que os ataques têm causado transtornos desde a última semana, mas setores como o Comitê de Imprensa, localizado no mesmo ambiente onde funciona a Agência Senado, enfrentam problemas desde o início do ano. Durante todo o dia da eleição para a Presidência da Casa, por exemplo, em 2 de fevereiro, o acesso à internet simplesmente ficou bloqueado - justamente em um dos dias mais movimentados do primeiro semestre. Na época, depois de reclamação formal do Congresso em Foco, o Prodasen explicou que o problema teria ocorrido devido a troca de equipamento de informática.

Mais recentemente, os problemas com internet foram atribuídos à reforma do Palácio do Planalto, em que máquinas escavadeiras removem grandes quantidades de terra e atingem estruturas e fiação subterrâneas. Depois de nova reclamação deste site, o Prodasen divulgou nota explicando que os problemas decorreram de "rompimento da fibra que liga o Prodasen ao provedor Brasil Telecom". "Durante o período em que o provedor tomava as medidas de restauração da fibra, o acesso à internet operou pelo provedor redundante sem maiores transtornos", justificou o órgão.

Reforma no Planalto atinge estrutura funcional do Congresso

Em outra semana de problemas com a rede, o diretor adjunto do Prodasen, Deomar Rosado, enviou e-mail à administração do Comitê de Imprensa, no dia 6 de agosto, para explicar que "problemas de sobrecarga nos links do Senado com a internet" prejudicaram, na véspera, os trabalhos de quem precisava de acesso a sites externos. O problema só foi solucionado pela equipe técnica do órgão, segundo Rosado, "por volta das 21 horas" do dia 5 deste mês. Os problemas voltaram a acontecer no dia seguinte.    

Segundo o Prodasen, a prática do DDS consiste na operação em que "equipamentos espalhados pela internet direcionam um volume exorbitante de tráfego para o site a ser atacado, criando um congestionamento que atrapalha o acesso de usuários legítimos". A Secretaria diz que providências em curso já têm alcançado resultados satisfatórios, e que, caso os percalços à rede interna persistam, o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br) acionado.

Reação

Mantido pelo Comitê Gestor de Internet do Brasil, o CERT.br executa ações reativas a incidentes de segurança para a internet no Brasil. "O CERT.br faz parte da coordenação do Consórcio Brasileiro de Honeypots (...), que tem o objetivo de aumentar a capacidade de detecção de incidentes, correlação de eventos e determinação de tendências de ataques no espaço internet brasileiro. Os dados coletados pelos honeypots são processados para a geração de estatísticas diárias das atividades maliciosas observadas", diz o site do centro de estudos.

"Estamos intrigados. E existe, por parte do Prodasen, a suspeita de que é uma sabotagem que está sendo feita. É preciso que apontem um caminho para corrigir. Se for o caso, pedir à Policia Federal que intervenha, para examinar exatamente de onde é que está vindo isso. O que nós não podemos é ter falha no sistema", afirmou na manhã desta quinta-feira (13) o primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), segundo registro da Agência Senado.

Heráclito se reuniu com a diretoria do Prodasen e estabeleceu prazo para o restabelecimento do pleno funcionamento da rede, que terá colaboração da Polícia Legislativa do Senado na elucidação da suposta sabotagem. A depender das investigações, a Polícia Federal pode entrar no circuito.

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