Preocupado com os efeitos de uma campanha eleitoral sobre os cofres públicos, uma vez que é inevitável o aumento da pressão para se gastar mais, a equipe do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, voltou a defender no governo a necessidade de renovação do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Apesar do próprio presidente Lula ter repetido várias vezes que o Brasil não renovaria o acordo, Palocci prega a necessidade de o país continuar rezando pela cartilha do Fundo. Para que esse novo acordo seja deglutido politicamente, negociadores brasileiros continuam tentando junto à diretoria do Fundo mais flexibilidade em relação à meta de superávit primário.
O FMI abriria mão de sua ortodoxia para que houvesse aumento nos gastos com investimentos públicos a partir do próximo ano. Esses investimentos não seriam considerados despesas para efeito de cálculo do superávit fiscal.
O governo quer gastar mais - e precisa fazer isso se quiser mostrar mais resultados aos eleitores - em transporte, saúde e educação. A idéia é que o governo conte com, pelo menos, mais R$ 3 bilhões para gastar em 2005.
Para que a estratégia do governo Lula dê certo, é fundamental manter uma aliança estável com os partidos da base, uma vez que governo de coalizão não é mesmo uma prática que venha a ser implementada pelo PT.
O problema maior do governo será negociar as difíceis e complicadas alianças nos estados entre o PT e os aliados.
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