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Congresso em Foco
24/9/2009 13:25
Renata Camargo
A senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (PV-AC) criticou nesta quinta-feira (24) o discurso do presidente Lula realizado ontem (23) na reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque. Para Marina, Lula foi omisso ao não falar sobre mudanças climáticas e frustrou por não ter uma posição mais firme em relação ao tema.
"O momento exigia que o Brasil tivesse uma posição mais firme. Infelizmente não tivemos os apelos do presidente Lula com o foco nessas questões climáticas. (...) Havia uma expectativa muito grande da sua participação. Diante de todas as possibilidades de fazermos a diferença nesse processo, acho que foi algo bastante frustrante", considerou Marina em entrevista coletiva.
Em seu discurso na Assembleia da ONU, o presidente optou por enfatizar a crise política em Honduras. Lula pediu maior mobilização internacional em defesa do presidente deposto daquele país, Manuel Zelaya. Lula falou também sobre o embargo econômico a Cuba, a crise econômica mundial e a Amazônia, mas não chegou a citar a necessidade de debate sobre metas para 15ª Convenção das Nações Unidas para Mudanças do Clima (COP 15). (Leia aqui o discurso de Lula na ONU)
"Ficou uma imensa lacuna no ar. De fato, o presidente Lula se colocou perante Assembleia e perante toda a imprensa mais interessado em discutir a questão de Honduras, que não é uma crise tão importante quanto a crise do clima. Não foi o momento mais feliz da performance do Brasil no mundo", engrossou o discurso o vereador do Rio Alfredo Sirkis (PV), vice-presidente do partido de Marina.
Metas
Na coletiva, a senadora Marina Silva e o vereador Sirkis apresentaram os princípios básicos que o Partido Verde espera do governo brasileiro e de outros países diante das negociações da COP 15. O PV propõe que o Brasil assuma a meta de reduzir a emissão de gás carbônico a um índice equivalente à metade do compromisso dos países ricos.
"O governo tem falado em metas, mas só de uma forma genérica. Nós defendemos metas não só para o desmatamento, mas metas envolvendo a indústria, o setor de energia e demais setores", defendeu Marina.
Para a ex-ministra, o fato de o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ter sinalizado que o Brasil vai apresentar metas numéricas de redução de emissões na COP 15 foi positivo. Mas a senadora afirma que a sociedade não deve ser surpreendida por metas impostas pelo governo. Na avaliação dela, qualquer decisão nesse sentido deve ser precedida por debate.
"Ao tempo que é positivo dizer que seremos surpreendidos com números, não é positivo dizer que seremos surpreendidos. A posição brasileira deve ser construída com o conjunto da sociedade brasileira. Queremos chegar a Copenhague não com uma proposta feita sem a devida transparência no processo de construção da posição brasileira, mas com algo que possa ser efetivamente discutido com os setores da sociedade", considerou Marina.
O partido quer também que o governo brasileiro leve a Copenhague a proposta de que os países ricos se comprometam com 70% dos financiamentos para programas e ações de redução da emissão de gases do efeito estufa. O Banco Mundial estima destinar US$ 470 bilhões anuais em recursos e tecnologia para o financiamento ambiental. De acordo com a proposta do PV, os países ricos seriam responsáveis pelo aporte de US$ 330 bilhões anuais.
Veja as recomendações do PV para o Brasil na COP 15
Temas
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