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Congresso em Foco
24/10/2010 17:23
Renata Camargo
Levantamento divulgado pela organização não governamental Contas Abertas mostra que o governo Lula já desembolsou R$ 5,4 bilhões com relações diplomáticas. Segundo a ONG, se compararmos o segundo mandato de Lula e o mesmo período do ex-presidente Fernando Henrique, o atual governo gastou R$ 408 milhões a mais na área do que a gestão tucana. O levantamento foi feito a partir de dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do governo federal (Siafi).
De acordo com o levantamento, do último ano da gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2002, para o primeiro ano do governo Lula, em 2003, o acréscimo nos gastos com relações diplomáticas foi de 134%. Se em 2002, os cofres públicos pagaram R$ 561,3 milhões (valores atualizados), no ano seguinte a cifra foi de R$ 1,3 bilhão. As relações diplomáticas representam a maior parte dos gastos do Ministério de Relações Exteriores (MRE). Segundo a assessoria de imprensa do MRE, o valor alto naquele ano se deveu ao pagamento também de contribuições atrasadas para organismos internacionais.
A ampliação de recursos despendidos com relações diplomáticas, na avaliação do cientista político Antonio Flávio Testa, pode estar relacionada ao aumento do carisma representado por Lula no cenário internacional. Testa afirma que "a política externa brasileira contribuiu bastante para o crescimento da popularidde do presidente Lula em outras regiões". "O uso do BNDES para financiar investimentos, o perdão de dívidas, o envolvimento em litígios políticos e outras ações foram parte de uma ação bem sucedida que aumentaram o prestígio do presidente", disse Teste ao Contas Abertas.
Para o cientista político, o país ficou mais visível como potência regional emergente e a influência política do Brasil começa a ultrapassar os limites do continente sul-americano. "Isso é positivo, pois além de abrir novos mercados, o país começa a interferir no concerto de nações como líder regional", afirmou. Testa criticou, no entanto, a falta de transparência com as contas do Ministério. "Como toda estrutura pública, as embaixadas deveriam estar submetidas à transparência de seus gastos. Se isso não ocorre, é porque existe um privilégio exagerado que favorece a diplomacia brasileira e isso é negativo", lamentou.
Atualmente o país possui 137 embaixadas espalhadas por todo o mundo, 71 consulados e três escritórios e participa de 12 missões internacionais. Dentre os serviços cobertos pela rubrica "relações diplomáticas" estão à manutenção dos postos no exterior, movimentação de pessoal, atendimento consular, demarcação de fronteiras, cerimonial, missões do presidente da República ao exterior e eventos internacionais no Brasil.
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