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Congresso em Foco
30/11/2009 17:19
[/caption]Mário Coelho
O presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Leonardo Prudente (DEM), disse nesta segunda-feira (30) que guardou o dinheiro recebido do ex-secretário de Relações Institucionais do governo distrital, Durval Barbosa, nas "vestimentas pessoais por segurança". A justificativa do democrata para esconder um maço de dinheiro nas meias foi que, por não usar pasta, tinha medo do que poderia acontecer. Prudente é apontado em inquérito da Polícia Federal, na Operação Caixa de Pandora, como um dos deputados que recebiam propina para votar projetos de interesse do Executivo.
A coletiva, marcada para às 15h, levou quase duas horas para começar. Prudente, ao chegar à sala de reuniões da presidência da Câmara, disse que não responderia às perguntas dos jornalistas. Ele não quis dizer, por exemplo, quanto recebeu de Durval Barbosa. Afirmou que o dinheiro era uma contribuição para sua campanha de 2006 e que o recebimento não foi informado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A corte eleitoral veda o recebimento de quantias em dinheiro vivo. "Se isso é crime, eu deixo para a Justiça decidir", afirmou Prudente, que, apesar da insistência dos jornalistas, disse que não responderia nenhum questionamento.
A justificativa para o silêncio durante as perguntas dos jornalistas, segundo Prudente, é por não ter acesso ao inquérito. Segundo o deputado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ainda não concedeu aos seus advogados acesso ao processo. "A Justiça ainda não liberou os vídeos, não posso me pronunciar sobre isso", esquivou-se.
Ele diz que tem sido chantageado desde o momento que recebeu o dinheiro. Mas, novamente, não quis dizer por quem e de qual maneira.
Mesa Diretora
A expectativa nos bastidores da Câmara era que Prudente renunciasse ao cargo de presidente da Câmara. Ele, entretanto, descartou sua saída. "Não há motivo para afastamento. A gestão da Casa não está prejudicada com o caso", justificou.
De acordo com o democrata, a Mesa Diretora resolveu apresentar representação contra todos os deputados citados no inquérito ao Conselho de Ética da Câmara. São eles: o próprio Prudente, a líder do governo, Eurides Brito (PMDB), Rogério Ulysses (PSB), Benedito Domingos (PP), Junior Brunelli (PSC), Aylton Gomes (PMN), Benício Tavares (PMDB), Alírio Neto (PPS), Pedro do Ovo (PRP) e Berinaldo Pontes (PP).
Invasão
O ex-senador Valmir Amaral (PTB-DF), antes do começo da coletiva do presidente da Câmara, invadiu a sala de reuniões da presidência para fazer uma denúncia. Dizendo que "queria falar na cara de Leonardo Prudente", afirmou que distritais receberam propina do Sindicato das Empresas de Ônibus para aprovar uma legislação favorável aos empresários.
No ano passado, o governador José Roberto Arruda (DEM) encaminhou à Câmara Legislativa um projeto concedendo benefício aos estudantes brasilienses. Eles não pagariam mais passagens de ônibus. Para custear a despesa, o projeto previa o repasse de R$ 4 milhões mensais às empresas.
Os empresários, segundo Amaral, teriam pago a "alguns distritais" R$ 1 milhão para aprovar uma emenda ampliando o benefício para pessoas com deficência. Os deputados aprovaram, mas Arruda vetou a ampliação. Quando o veto voltou para a Câmara, os deputados derrubaram. "Eles receberam mais R$ 600 mil para derrubarem o veto", afirmou, totalizando R$ 1,6 milhão. Ao atender os deficientes, o repasse mensal do GDF às empresas passaria de R$ 4 milhões para R$ 6 milhões.
Gritando dentro da sala de reuniões, disse que não sabia quem eram os deputados que receberam a propina, mas afirmou "que Leonardo Prudente e Eurides Brito receberam". Amaral, que é dono do grupo de transportes Amaral, afirmou que teria que contribuir com R$ 170 mil para pagar os deputados. "Eu não fiz isso. Quem queria era o Vagner Canhedo", apontou, em referência ao presidente do sindicato das empresas e dono da Viplan.
Amaral assumiu o mandato de senador no lugar do titular cassado, Luiz Estevão. Ele foi o primeiro senador que perdeu o mandato na história da Casa, por conta do seu envolvimento no esquema de desvio de verbas das obras do Tribunal Regional do Trabalho em São Paulo (TRT-SP).
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