Urgência do Código Florestal pode ser votada hoje

Renata Camargo
Pressionado pela bancada ruralista, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), admitiu apoiar a votação do pedido de urgência do projeto de lei que institui o novo Código Florestal brasileiro. Vaccarezza, que esteve reunido pela manhã com representantes da bancada ruralista, afirmou que "um bom acordo" seria votar a urgência neste ano e apreciar a matéria no ano que vem.

Vaccarezza afirmou ao Congresso em Foco que é possível o governo negociar nesse sentido, desde que a votação ocorra somente em 2011. "A bancada ruralista está fazendo um movimento, que é legítimo, de pressão para pautar, pelo menos, a votação da urgência neste ano. Eu acho que podemos procurar um acordo: marcar a data para votação no ano que vem e votar a urgência neste ano", disse.

Na semana passada, o líder Vaccarezza afirmou que o governo não pretendia votar o projeto do Código Florestal neste ano. De autoria do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), a proposta é polêmica. Com o apoio de Vaccarezza à votação da urgência, líderes da bancada ambientalista na Câmara temem que a matéria seja colocada em votação no plenário nos próximos dias. Se for a voto, a bancada ruralista deve ter o apoio da maioria para aprovar a proposta.

Nesta manhã, parlamentares da bancada ruralista conseguiram as assinaturas necessárias para colocar o requerimento de urgência em votação. Representantes do setor agrícola conseguiram 379 assinaturas de deputados - era preciso 257 firmas, que já representaria o apoio da maioria dos congressistas na Câmara.

A intenção da bancada ruralista é votar o pedido de urgência ainda hoje na sessão plenária. Segundo o coordenador da região do Sul na Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS), a bancada vai pressionar para votar o projeto de Aldo ainda neste ano. Os deputados precisam analisar primeiro o projeto da Lei Kandir, o PL dos Bingos, a PEC do Fundo de Combate à Pobreza e a proposta que muda regras do Supersimples.

Governo não quer votar Código Florestal neste ano