Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
21/5/2007 | Atualizado às 19:17
O Congresso Nacional está apreensivo com a suposta lista da Polícia Federal que constariam nomes de aproximadamente 40 parlamentares envolvidos com a máfia das obras públicas. Desde a última quinta-feira (17), quando foi desencadeada a Operação Navalha, há um “cheiro” diferente no ar e pedidos para a criação de uma CPI para investigar o assunto.
Primeiro, por causa da prisão de alguns políticos, como o ex-governador do Maranhão, José Reinaldo Tavares (PSB), de um ex-deputado federal, de um deputado distrital, entre outros – muitos ligados politicamente a alguns deputados e senadores. Fora o dono da Gautama, Zuleido Veras, também preso e apontado como o chefe do esquema, que é bastante conhecido em Brasília e muito bem relacionado no Congresso.
Hoje (21), na Câmara e no Senado, mesmo com o pequeno número de parlamentares, o assunto não foi outro. Ainda mais com os nomes já vazados, como o do senador Delcídio Amaral (PT-SP) e do deputado Paulo Magalhães (DEM-BA), além do governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB) e do ministro Silas Rondeau (Minas e Energia). Alguns, inclusive, apostam que ele deixe a pasta nos próximos dias.
A agenda da semana, contudo, será tomada pela Operação Navalha e seus desdobramentos. A reforma política, sempre discutida em momentos de desvios éticos, é outro assunto que também estará presente nos debates. Ela, nesses casos, é vista como a salvação para os desmandos do mundo político.
Alguns senadores clamaram hoje no plenário a necessidade de se discutir o financiamento público de campanha. O senador Papaléo Paes (PSDB-AP), que recebeu R$ 100 mil da Gautama na campanha eleitoral, disse que não é possível o candidato saber sobre a “idoneidade” da empresa que está fazendo a doação. Clamou, sobretudo, da importância de se preservar o “Parlamento”, para quem é o símbolo da “democracia brasileira”.
O senador Paulo Paim (PT-RS) endossou: “A doação é livre, legal e declarada. Temos que entrar no financiamento público de campanha para acabar com esse constrangimento”, disse, referindo-se ao fato de o congressista ter que explicar depois sobre o dinheiro recebido legalmente. Para o também senador Delcídio Amaral (PT-MS), “o político não pode ser culpado por cumprir a lei”.
A reforma política deve ganhar ainda mais força esta semana, já que, além da Operação Navalha, a reunião de líderes amanhã também vai discutir o assunto. Há na pauta, inclusive, um projeto de lei complementar do deputado Luciano Castro (PR-RR), que institui a fidelidade partidária ao tornar ineligível o candidato que trocar de partido nos quatro anos seguinte à sua diplomação. O projeto entraria em vigor só nas eleições de 2008.
Ainda bem, pois o próprio PR, sigla que Luciano Castro é líder na Câmara, foi a que mais se beneficiou com o troca-troca partidário na atual legislatura. Criado a partir da fusão do PL com o Prona no início do ano, o partido atualmente tem 41 deputados e quatro senadores. Nas eleições do ano passado, o PL saiu com 23 deputados e três senadores e o Prona, somente dois deputados.
Mais uma das “jabuticabas” de nossa política. Resta saber, no entanto, se a eventual reforma política vai mesmo conter os arroubos e desvios éticos de alguns personagens da política. (Lucas Ferraz)
Temas
DEFESA DO CONSUMIDOR
Lula sanciona lei que cria novos direitos para clientes de bancos
RESOLUÇÃO DERRUBADA
Veja como cada deputado votou no projeto sobre aborto em crianças
PROTEÇÃO À INFÂNCIA
Governo critica projeto que suspende norma sobre aborto legal infantil