O líder do PSDB na Câmara, deputado Jutahy Magalhães (BA), considerou hoje a notícia-crime contra o presidente Lula encaminhada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ao Ministério Público muito "mais grave" do que de um pedido de impeachment.
"A notícia-crime é muito mais grave do que um pedido de impeachment", avaliou o tucano. Ele citou que a Câmara já recebeu 30 pedidos de impeachment contra Lula e que todos foram arquivados pelo presidente da Casa, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), sem que as acusações fossem investigadas. Agora, Jutahy disse acreditar que será diferente.
"O procurador (Antonio Fernando de Souza) já denunciou 40 pessoas. Agora vai investigar se o presidente participou da organização criminosa", disse o deputado numa referência aos acusados pela Procuradoria Geral da República (PGR) de envolvimento com o valerioduto.
O deputado disse que, ao contrário do que sugeriu hoje o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), o PSDB não encabeçará nenhum pedido de impeachment de Lula porque "não quer ser acusado de golpe". "O que temos que fazer nesse momento é ganhar de Lula nas eleições. Agora, o que foi comprovado é muito grave", disse.
As declarações públicas feitas até agora pelo procurador-geral da República, no entanto, não endossam a empolgação demonstrada pelo líder tucano na Câmara. Antonio Fernandes de Souza disse à imprensa que o Ministério Público Federal não encontrou nenhum elemento capaz de associar o presidente Lula às irregularidades praticadas pela antiga cúpula do PT e por integrantes do seu governo.