O ex-secretário de Controle Interno da Casa Civil José Aparecido Nunes Pires admitiu, em seu depoimento à Polícia Federal hoje (16), que saiu de seu computador a mensagem de correio eletrônico com o dossiê sobre gastos da Presidência na gestão FHC.
Segundo seu advogado, Luiz Maximiliano Telesca, ele disse que reconheceu como sua a conta de e-mail utilizada e ainda reconheceu o texto enviado ao assessor parlamentar André Eduardo Fernandes. O advogado de Aparecido, que foi indiciado por violação de sigilo funcional, negou que ele tivesse simplesmente confessado ter enviado a mensagem.
“Ele admitiu que o e-mail saiu de seu computador. Vamos tratar nesses termos”, afirmou Telesca, ao Congresso em Foco, na tarde desta sexta-feira.
O advogado confirmou a informação do delegado Sérgio Menezes, segundo a qual duas pessoas repassaram o dossiê a Aparecido. “As duas pessoas poderiam passar isso para ele. Nós confirmamos”, disse.
Ele afirmou que, em nenhum momento, Aparecido citou a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, e sua secretária-executiva, Erenice Guerra, como participantes na operação de vazamento.
Como o inquérito está em segredo de Justiça, Telesca se negou a informar o nome das duas pessoas que repassaram o dossiê a seu cliente e a fazer comentários sobre o depoimento de André Fernandes à PF.
Sem surpresas
O advogado afirmou que o indiciamento por violação de sigilo funcional não o surpreendeu. Ele enfatizou que seu cliente não descumpriu a legislação penal: “A gente não entende que o José Aparecido tenha cometido crime”. Telesca lembrou que o indiciamento não significa que há uma convicção sobre o crime, mas apenas indícios.
O próximo passo da defesa é se preparar para o depoimento de terça-feira (20) à CPI dos Cartões. Telesca garantiu que Aparecido responderá a todas as perguntas dos senadores e deputados, assim como fez hoje, na oitiva com o delegado Sérgio Menezes. (Eduardo Militão)
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