O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, garantiu hoje que fica no governo e que tem a confiança do presidente Lula. Segundo ele, o presidente não quer que ele deixe governo.
Thomaz Bastos disse que se sente absolutamente confortável no governo, e que está fazendo um trabalho "muito sério" no Ministério da Justiça. "As denúncias, entre aspas, não têm consistência. De modo que estou trabalhando normalmente e vou tocar para a frente", disse o ministro referindo-se às acusações de que teria ajudado o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci no episódio da violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa.
Questionado se sua permanência prejudica o governo, o ministro afirmou que cabe ao presidente essa resposta. "Se ele (Lula) quiser que eu não fique, eu não fico. O cargo é dele. Mas eu conto com a confiança do presidente da República. Ainda ontem ele disse isso. Eu estou fazendo um trabalho respeitável no Ministério da Justiça, na coordenação do governo e vou continuar fazendo isso", afirmou.
Thomaz Bastos disse ainda que nunca falou para o presidente que poderia sair, porque isso está implícito na nomeação dos ministros, que são demissíveis a qualquer momento. "A hora que o presidente quiser, eu saio. Mas o presidente não quer que eu saia", disse.
Ele falou à imprensa ao deixar a audiência pública sobre anistiados políticos, na Câmara.
Depoimento no Congresso
O ministro disse que deve participar de sessão conjunta da Câmara e do Senado, na quinta-feira da próxima semana (dia 20), para esclarecer sua suposta ajuda a Palocci no caso Francenildo.
Ele disse que soube que está sendo preparada a sessão conjunta, no Congresso, e que está disposto a comparecer "com muita honra". "Quinta-feira, para mim, está um dia perfeito", disse o ministro.
Ontem, os líderes do governo e da oposição na Câmara fecharam acordo para que Thomaz Bastos fosse depor na Casa na próxima terça-feira. Mas o depoimento, segundo o ministro, deverá ficar para a quinta, para que seja feito conjuntamente com o Senado. As duas casas, no entanto, ainda não confirmaram a data.