A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios está investigando qual a relação de uma corretora e um banco com aliados do ex-governador Anthony Garotinho (PMDB-RJ). A corretora Quality e a Erste Banking Empreendimentos e Participações Ltda. teriam sido favorecidas com as operações suspeitas que lesaram a Prece, o fundo de pensão dos funcionários da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) do Rio de Janeiro (RJ) em mais de R$ 300 milhões.
As empresas investigadas, juntas, ganharam mais de R$ 6 milhões com as operações supostamente fraudulentas. A Erste Banking pertence ao doleiro Lúcio Funaro, que entre abril de 2003 e novembro deste ano teria pagado o aluguel do luxuoso apart-hotel em que morava o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Blue Tree Tower, em Brasília (DF). Cunha nega o favor.
A Prece lidera a lista de fundos de pensão que acumularam R$ 780 milhões em prejuízos financeiros nos últimos anos e estão na mira da CPI. Foi Eduardo Cunha, juntamente com o também deputado Carlos William (PSC-MG), que entrou com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal para tentar impedir a quebra do sigilo da Prece, segundo o jornal O Globo.
Eduardo Cunha disse que há "interesses políticos" por trás das investigações da CPI dos Correios sobre as operações financeiras da Prece. Cunha pôs em dúvida a legitimidade da CPI para apurar fatos ligados a um fundo estadual. "Se isso é possível, por que só a Prece? Por que não investigam fundos de outros estados?", retrucou.