Os integrantes da Sub-Relatoria de Contratos da CPI dos Correios ouvem, nesta tarde, o depoimento do sócio e ex-diretor da Brazilian Express Transportes Aéreos Ltda. (Beta), Roberto Kfouri. Depois de Kfouri, prestará depoimento o diretor da Skymaster Américo Proietti.
De acordo com relatório parcial da CPMI apresentado em 4 de outubro, a Beta e a Skymaster, também da área de transportes aéreos, tinham um acordo pelo qual, a vencedora de licitação nos Correios partilharia os serviços e os lucros com a outra. A Skymaster é acusada de superfaturamento e manipulação de contratos, o que teria trazido prejuízo de R$ 64 milhões aos Correios.
Roberto Kfouri, em resposta ao sub-relator de Contratos, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), explicou as origens da empresa Brazilian Express e como se tornou diretor-executivo da mesma. Ele contou que começou a atuar na área de transportes aéreos em 1992, quando fundou a empresa Braver, junto com a mulher. A empresa foi vendida e os novos donos mudaram o nome dela para Brazilian Express. Em 1998, Kfouri foi convidado a voltar à empresa como diretor-executivo e lá ficou até 2001.
Segundo a revista Época, em 2003, o valor do contrato da Skymaster com os Correios caiu de R$ 9,5 milhões para R$ 4,7 milhões, durante a gestão do deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) à frente do ministério das Comunicações. Quando o deputado Eunício Oliveira (PMDB-CE) tomou posse, a empresa pediu revisão das tarifas e em agosto, o contrato subiu para R$ 5,3 milhões mensais. Em dezembro, a Skymaster pediu cancelamento do contrato e, em pregão eletrônico, o valor foi ampliado para R$ 9,8 milhões mensais, ou seja, maior que o valor do contrato original.