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Ataques
11/6/2025 | Atualizado às 13:41
Em episódio inédito, drones ucranianos destruíram parte significativa da aviação estratégica da Rússia, atingindo cinco bases localizadas entre 3.000 e 5.000 quilômetros da fronteira com a Ucrânia - do círculo polar ártico à Sibéria. A pergunta inevitável é: como foi possível atravessar tamanhas distâncias sem detecção?
A resposta pode estar em um velho erro de cálculo militar: esperar o inimigo pelo caminho mais óbvio. O episódio remete à queda de Singapura, em 1942, quando os britânicos, confiantes de que a selva era intransponível, concentraram sua artilharia voltada para o mar. Os japoneses avançaram por terra - e tomaram a cidade em uma semana.
No caso russo, algo semelhante parece ter ocorrido. As defesas estavam projetadas para enfrentar mísseis e caças vindos do Ocidente, não pequenos drones lançados por uma força considerada inferior, atravessando rotas pouco vigiadas. O resultado é um abalo na narrativa de superioridade militar e um golpe direto na imagem de Vladimir Putin como comandante imbatível.
Com a economia sob pressão e juros em níveis que inviabilizam o investimento, o Kremlin depende cada vez mais de demonstrações de força. Mas a ofensiva ucraniana, além das perdas materiais, carrega um impacto simbólico profundo. Como em Singapura, o erro não foi apenas de estratégia, mas de presunção. O inimigo não era inferior. Apenas foi mal avaliado.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].