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Inclusão digital
2/9/2025 14:30
Dados recentes do IBGE identificam um marco histórico: 89,1% da população brasileira com 10 anos ou mais está conectada à internet - o maior índice já registrado. Mais expressivo ainda, o celular segue como principal meio de acesso, utilizado por 98,8% das pessoas. Esses números demonstram que a internet se consolidou como ferramenta essencial da vida cotidiana, sendo usada para comunicação, trabalho, estudo, acesso a serviços e convívio social.
O progresso é evidente em diferentes regiões do país e entre faixas etárias, incluindo idosos. Ainda assim, a definição de "usuário de internet" adotada pelo IBGE - alguém que acessou qualquer tipo de conexão nos últimos três meses - abrange realidades diversas: vai desde quem navega diariamente com estabilidade até quem se conecta ocasionalmente, limitado por falta de crédito ou sinal instável.
Isso coloca no centro da discussão um novo padrão que merece atenção: a conectividade significativa. Estar online não basta. É preciso que a conexão seja regular, veloz, segura e robusta o suficiente para suportar tarefas essenciais. Fazer uma videochamada sem falhas, estudar a distância com qualidade, acessar serviços públicos, empreender digitalmente e participar de atividades online exigem capacidade técnica mínima. Sem isso, a inclusão digital permanece superficial.
Gosto de comparar essa situação ao abastecimento de água: não basta ter acesso a água com escassez, é necessário que ela seja potável e que o consumo seja diário, quantidade, qualidade e constância para suprir todas as necessidades. No mundo digital, o raciocínio é equivalente. A conexão precária pode aparecer nas estatísticas, mas falha em cumprir seu papel transformador.
Felizmente, há iniciativas voltadas a melhorar essa realidade. Projetos de conectividade de qualidade chegam a escolas, comunidades e políticas públicas focadas. No entanto, a infraestrutura sozinha não resolve. É essencial investir também em letramento digital, capacitando cidadãos para que usem a internet de forma crítica, segura e produtiva.
O desafio, portanto, é duplo: ampliar o acesso e garantir qualidade. É imperativo que o Estado, setor privado e sociedade civil trabalhem juntos, com planejamento e investimentos inteligentes, para que a conectividade se torne uma ferramenta genuína de equidade e desenvolvimento.
Os sinais são positivos, mas o próximo passo é claro: mais do que estar conectado, é preciso estar bem conectado para que a inclusão digital se transforme em inclusão real.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].