Liberdade e democracia
A luta pela liberdade: ecoando Maria Corina Machado no Brasil
A decisão que equipara perseguições políticas expõe as fragilidades das garantias constitucionais e da liberdade de expressão.
28/10/2025 14:00
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Em outubro de 2024, o reconhecimento de Maria Corina Machado, vencedora do Nobel da Paz de 2025 e líder da oposição venezuelana, como perseguida política pela União Interparlamentar (IPU), foi um alerta global contra os regimes totalitários de esquerda. Contudo, em maio de 2025, a IPU traçou um paralelo inesperado e amargo: o reconhecimento da minha própria condição de perseguido político, enquanto senador da República.
Se Maria Corina Machado luta contra uma ditadura que cassa direitos para silenciar a oposição, eu luto, no Brasil, pelo respeito à nossa Constituição Federal: à liberdade de expressão, aos direitos humanos e às prerrogativas parlamentares que estão inscritos na nossa lei maior.
O paralelo é inegável. Assim como Machado denuncia a tirania de Maduro, a minha perseguição está diretamente ligada à minha coragem em expor arbitrariedades judiciais contra ativistas de direita, que resultam em constante violação das prerrogativas parlamentares e em um ataque incessante à liberdade de imprensa. Isso não é justiça; é política travestida de lei. A decisão da IPU, que representa mais de 46 mil parlamentares, é um forte alerta global sobre o uso de mecanismos judiciais para silenciar a oposição e violar o Estado de Direito.
O reconhecimento internacional da perseguição política reacende o debate sobre o respeito às instituições no Brasil.Sérgio Lima/Folhapress
A grande reflexão que proponho é sobre a imagem do Brasil no exterior. Como podemos nos apresentar ao mundo como uma democracia robusta quando um senador da República, em pleno exercício do mandato, se encontra na mesma condição de perseguido político de Maria Corina Machado, a mulher mais notória do planeta na luta contra uma ditadura? Esta situação deplorável envergonha o Brasil. Minha perseguição não é apenas um ataque a Marcos Do Val; é um ataque à instituição do Senado, ao Poder Legislativo e, fundamentalmente, à Constituição que jurei defender.
Eu e Maria Corina Machado, separados por fronteiras, mas unidos pelo mesmo status de vítimas de perseguição política, lutamos pelos mesmos ideais: a normalidade democrática, a liberdade de expressão, o respeito aos direitos humanos e a liberdade de pensamento. Essas liberdades não são negociáveis.
Exijo que o Brasil retome o caminho da legalidade e do respeito às prerrogativas parlamentares e à liberdade de expressão. Que o reconhecimento da IPU sirva, de uma vez por todas, para despertar a consciência nacional e internacional sobre os riscos que corremos, e eu continuarei na trincheira, ecoando a coragem de Machado e lutando por um Brasil verdadeiramente livre.
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