Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
22/6/2020 19:32
Diante da pandemia do coronavírus e deixando de lado a parte da emissão monetária, que agora se tornou crucial, políticas como as acima detalhadas foram jogadas para o espaço. A partir da crise, o consumo começou se reduzindo fortemente pelo confinamento, mas ocorrem efeitos depressivos tanto oriundos do lado da demanda como da oferta. Na sequência, a arrecadação tributária desabou nos governos, enquanto os gastos em saúde têm de subir.
Por sua vez, os investimentos públicos são mais achatados ainda do que já vinham sendo pela política macroeconômica em vigor anteriormente. Com exceção do agronegócio e de outros segmentos essenciais, a produção e os investimentos tendem a encolher também no âmbito privado. Difícil programar investimentos num quadro de forte queda doPIB e muita incerteza no plano mundial. Por último, o governo central gasta agora bem mais ao bancar, corretamente, uma renda básica para as pessoas mais vulneráveis.
Em consequência, os déficits públicos brasileiros estão subindo celeremente desde o início da crise. Tanto que a revista The Economist acaba de estimar que o nosso será o maior de todos os déficits em 2020. Já o quadro de alta incerteza que tem vigorado ultimamente favorece a emissão de moeda em contraposição a títulos, conforme acima explicado.
À medida que nos preparamos para o pós-covid-19, é preciso reconhecer que a gestão da política macroeconômica deve ser completamente diferente quando se enfrenta uma crise de grandes proporções como a de 2008, ou, com mais razão ainda, a atual. Os americanos e europeus emitiram toneladas de dólares e euros lá atrás e hoje, a serviço de sua recuperação. Além de emitir mais, precisaremos acelerar, aqui, os investimentos nas concessões rodoviárias, resolvendo os principais problemas que estão travando a maioria dos 60 projetos existentes, numa parceria com o TCU, incluindo novos investimentos nessas concessões.
Deveríamos levantar igualmente todos os problemas que travam os demais segmentos da infraestrutura (saneamento, portos etc.) para equacioná-los em conjunto com as autoridades envolvidas. Simultaneamente, precisamos equacionar as previdências públicas (RPPS) via aportes de ativos e aplicações mais rentáveis para os fundos existentes.
Essa é a única forma de a economia crescer o mais rápido possível e, além de criar mais empregos, reduzir à frente a razão dívida pública/PIB, o que acalmará os seguidores da ortodoxia fiscal e os mercados que eles orientam.
Leia outros artigos de Marcelo Ramos
