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Intervenção: escancara o golpe

3/3/2018 | Atualizado às 7:46

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Militares na Vila Kennedy (RJ)

Militares na Vila Kennedy (RJ)
Não vivo no Rio de Janeiro, mas em questão de violência, não há muita diferença da violência do Rio, com a de São Paulo, Recife, Porto Alegre, Curitiba, etc. A violência, infelizmente?,? tornou-se coisa natural ?em nosso país. Tão natural que é quase sempre invisível. Invisível porque as vítimas, na sua grande maioria?,? são mulheres e negros, principalmente adolescentes e crianças. N?o último final de semana?, circulou nas redes sociais uma mensagem de um estudante de nome Leonardo. Diz a mensagem: "Na favela em que moro, ao voltar da faculdade?, um policial me abordou, abriu minha mochila, pegou meu caderno, passou o olho e me fez a seguinte pergunta: 'Tá fazendo faculdade pra ter direito ?à? cela especial?'". Continua Leonardo: "Há algumas semanas fui abordado três vezes em menos de meia hora. Na terceira abordagem?, questionei dizendo que havia sido abordado duas vezes nos últimos 20 minutos e que aquela abordagem era a terceira... A resposta do policial foi: 'Eu não tenho culpa se você é um cidadão padrão para revista'". Leonardo é um estudante negro de 30 anos de idade. Se ele se encaixa, de acordo com o policial?,? como "um cidadão padrão para revista"?. Significa que todos os negros, no caso, do Rio de Janeiro, estão colocados como suspeitos. Negros em geral e moradores das favelas em particular. Nas favelas do Rio de Janeiro, assim como nas favelas de outras cidades,? a grande maioria do povo que ali vive é trabalhadora. Não há pesquisas, mas posso imaginar que se chegar  a 0,03% de bandidos é muito. Dentro do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto?,? o percentual é bem maior Todos e todas sabem que a grande maioria dos moradores e moradores das favelas e bairros pobres do Brasil são pessoas trabalhadoras, que batalham o dia inteiro, inclusive nos finais de semana, para conseguir sobreviver. Se é assim, por que submeter a humilhação a todas as pessoas que vivem em? favela?s ou em bairros pobres? A resposta pode ser buscada numa simples definição: é questão de classe social. Esses pobres e miseráveis estavam começando a ser alguém. Mas, para a burguesia brasileira?,? eles devem continuar escravos. E?, para continuar escravos, é preciso humilhar, por isso a revista das mochilas de crianças, adolescentes e jovens estudantes universitários. [caption id="attachment_326140" align="alignright" width="300" caption=""Por que submeter a humilhação a todas as pessoas que vivem em? favelas ou em bairros pobres?""][fotografo]Tânia Rêgo / Agência Brasil[/fotografo][/caption]A revista humilhante pode ter várias explicações, mas prefiro ficar com duas: a primeira é que humilhando uma criança e um jovem podem torn?á?-lo um medroso para sempre. Inibi-lo de qualquer iniciativa ideológica e política. Mantê-lo sempre um cordeiro às vontades dos poderosos. Certo que alguns podem não aceitar e passar a olhar a pol?í?cia e o exército como inimigos de sua liberdade. Digo a liberdade de ir e vir e de se manifestar politicamente.   A segunda razão para revistar todos e todas é a própria confissão da pol?ícia e dos militares interventores que são incapazes, que não estão preparados para fazer investigações sérias e que leve?m aos verdadeiros bandidos. A violência se combate com inteligência, com investigação?, e não colocando sob suspeita toda uma massa de pessoas sérias, honestas e trabalhadoras. Pode ocorrer que esteja errado nesta minha segunda premissa. Pode ocorrer ?que ?eles sabem que os maiores bandidos estão fora da favela e estas ações são justamente para desviar a atenção do povo?, atacando os pobres e miseráveis?,? e não os incrustados nos palácios. Eles sabem que nos bairros de classe média e mesmo nos condomínios da burguesia ?há? bandido?s. Vou ficar só com um exemplo: onde vive o senador Zez?é Perrella?, dono do helicóptero que foi apreendido com quase 500 quilos de pasta de coca?ína?? Não é na favela. O que aconteceu com o dono do helicóptero? Continua ?senador e sequer é investigado. A intervenção do Exército no Rio de Janeiro é política e é a explicitação ?de ?que não vivemos sob a égide de uma democracia. Escancara o golpe e mostra que podemos caminhar para mais uma ditadura militar. A intervenção tira o foco dos graves problemas sociais que os golpistas construíram em apenas dois anos, bem como da incompetência dos governantes, no caso, Temer e Pezão?, governador do Rio de Janeiro. A intervenção também inibe e persegue os líderes sociais que lutam pela democracia e ?pelo restabelecimento do Estado de Direito. Do mesmo autor:
<< Os pobres se matam. Os ricos. ? ?<< Xenofobia ?
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