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Política e valores
26/8/2025 14:00
Tenho pensado muito sobre essas questões ultimamente. Será que é possível - e legítimo - ser de centro-esquerda, acreditar na justiça social, defender os mais vulneráveis, lutar por igualdade de oportunidades e, ao mesmo tempo, valorizar a família, amar a pátria, direito a ter um deus, defender a soberania e a liberdade de expressão?
Para mim, a resposta é simples: sim, é possível. E mais do que possível, é necessário.
Desde muito jovem, a família sempre foi um pilar na minha vida. Aprendi isso com minha mãe - que Deus a tenha -, com minhas avós, tios e irmãos. A família foi o meu primeiro núcleo de amor, de afeto, de aprendizado. Foi nesse ambiente que entendi o que é cuidado, solidariedade e responsabilidade.
É claro que nem todos os valores que herdei permaneceram comigo. Crescer também é questionar. Alguns conceitos eu mudei, outros abandonei, mas muitos eu preservei, porque entendi que são fundamentais para mim.
E, sinceramente, eu me pergunto: será que defender a família é algo conservador? Para mim, não é, mas se for, eu sou conservador? Amar a família não é uma bandeira ideológica. É humano, universal. Defender que todas as pessoas tenham direito de constituir famílias - em todas as suas formas e configurações - é, para mim, uma extensão da luta por liberdade, por igualdade e por respeito.
Da mesma forma, defender a soberania do meu país não é uma contradição entre ser progressista ou conservador. Pelo contrário, é compreender que um país independente, forte e justo é aquele que protege seu povo, valoriza sua cultura e garante oportunidades para todos.
E, sim, eu acredito profundamente na liberdade de expressão. A liberdade de falar, de questionar, de protestar é o que sustenta qualquer democracia. Mas essa liberdade também exige responsabilidade - porque palavras têm consequências e a liberdade de expressão não é algo ilimitado.
Quanto à propriedade, também acredito que todas as pessoas devem ter direito a algo seu - uma casa, um pedaço de terra, um bem conquistado pelo trabalho honesto.
No fim das contas, não quero rótulos que me limitem. Quero a liberdade de pensar, de analisar e de construir um conjunto de ideias que faça sentido para mim - sem precisar escolher entre o "ou", quando posso ficar com o "e". Entre ser 8 ou 80, há 72 outras possibilidades.
Talvez seja isso que falte hoje: mais escuta, mais diálogo e menos caixinhas e rótulos para colocar uns contra os outros. Porque reconhecer o valor da ciência, valorizar a família, amar o próprio país, defender a soberania, a liberdade e a justiça social e ter um deus... tudo isso cabe, sim, na mesma pessoa. Vamos nos respeitar.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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