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Imposto de renda e justiça tributária

Projeto do IR propõe aliviar pobres e classe média e taxar mais os ricos.

Marcus Pestana

Marcus Pestana

6/9/2025 8:00

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Participei, na última quarta-feira, dia 3 de setembro, de Audiência Pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados sobre o projeto de lei 1087/2025, que propõe mudança importante na tributação sobre a renda no Brasil.

A ideia é isentar os brasileiros que ganham até 5 salários-mínimos e diminuir a cobrança dos que se situam na faixa de 5 a 7 salários-mínimos. Como vivemos uma situação de estrangulamento fiscal e o governo não está em condições de renunciar a receitas, a arrecadação perdida com a isenção seria compensada com o aumento do imposto sobre os contribuintes de alta renda. O objetivo não é o aumento da carga tributária, já que o efeito será neutro do ponto de vista fiscal. A motivação é a busca de maior justiça tributária, tendo em vista ser o sistema brasileiro regressivo, ou seja, os mais pobres pagam proporcionalmente mais imposto do que os mais ricos.

Como diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente procurei oferecer uma visão mais ampla da questão nos planos macroeconômico e fiscal.

Comecei alertando que a carga tributária brasileira é extremamente alta, 34,2% do PIB (2024) segundo o Observatório de Política Fiscal do IBRE/FGV. Muitos contestam essa afirmação. Argumentam que estamos exatamente na média dos países que integram a OCDE. Ora, ora, ora! Na lista da OCDE, a maioria de países é de desenvolvidos, entre os quais, liderando o ranking, estão a França, com 46,3% do PIB, e a Noruega, com 44,3% do PIB. Em último lugar, vem o único país que pode ser caracterizado como emergente, a Turquia, com carga tributária de 20,8% do PIB. O Brasil fica na média, mas é um país emergente, portanto com perfil de renda e estrutura econômica diferentes dos países ricos.

Medida não aumenta carga tributária, mas avança na busca por justiça tributária.

Medida não aumenta carga tributária, mas avança na busca por justiça tributária.Freepik

Quando comparamos com os países latino-americanos somos campeões absolutos frente à Argentina (29,6%), Chile (23,90%), Colômbia (19,70%), Peru (19,20%) e México (16,90%). Portanto, nenhuma iniciativa deve mirar o aumento de carga tributária. E, felizmente, não é o caso do projeto de lei 1087/2025.

Por outro lado, o nosso sistema tributário é reconhecidamente injusto, onerando mais os pobres e a classe média assalariada, e menos, os muito ricos, num país que tem uma das maiores concentrações de renda do mundo, onde 1% da população se apropria de 27% da renda gerada. A injustiça começa pelo sistema brasileiro, diferente daqueles dos países desenvolvidos, concentra-se na tributação sobre o consumo de bens e serviços e não sobre a renda e o patrimônio. A reforma tributária começou a corrigir parte do problema. Mesmo o imposto de renda tem uma queda injustificável de alíquota efetiva ao entrar na faixa dos milionários e bilionários.

Alertei que é preciso que a discussão seja serena e objetiva, sem maniqueísmos que criem fraturas intransponíveis entre pobres e ricos. Precisamos evitar o "efeito Depardieu", de expulsar a renda e a capacidade de investimento dos mais ricos, que, no Brasil, são muito ricos, mas relativamente poucos. Temos que estimular a coesão e a solidariedade, e não a polarização insana entre ricos x pobres. Mas fazer justiça tributária é essencial, e o projeto de lei aponta nessa direção.

Como último alerta, a IFI demonstrou o delicado desequilíbrio fiscal atual e que é indispensável compensar os recursos perdidos com a isenção aos contribuintes de mais baixa renda.


O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].

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