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Lúcio Big
19/3/2020 | Atualizado 10/10/2021 às 17:00
No Reino Unido há 1.954 caso confirmados de infecção e 55 mortos. Na Itália são 31,5 mil infectados e 2.503 mortes, o maior índice de vítimas depois da China.
Os governos desses países têm agido de forma responsável e com rapidez, determinando o cancelamento de shows, eventos públicos, aulas e o que mais permita a aglomeração de pessoas. Várias empresas adotaram o home-office e assim evitam que seus funcionários fiquem expostos ao vírus.
De acordo com a Global Health Policy, até o dia 18 de março haviam sido confirmados 195.348 casos de pessoas infectadas, quase 10% mais que no dia anterior, além de 7.867 mortes, 402 a mais que no dia 17.
No entanto, infelizmente, o presidente brasileiro não pareceu considerar os riscos claros que o vírus pode provocar, não apenas à população em si, mas ao Sistema Único de Saúde que poderá entrar em colapso em poucos dias.
Até o dia 18 foram registrados 428 casos de pessoas infectadas no Brasil, sendo 14 apenas na comitiva presidencial que esteve em viagem há poucos dias aos Estados Unidos. Há seis casos de morte já confirmados.
Ainda assim, numa demonstração de absoluta dissonância com o restante de seu governo, Bolsonaro fez questão de fazer selfies com seus seguidores que foram às ruas no domingo passado, apertando-lhes a mão. No dia 17, no Twitter, o ministro Sergio Moro postou vídeo em que explica as consequências para quem descumprir medidas de isolamento e quarentena impostas pelo MJSP e Ministério da Saúde.
O ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta diz que o Brasil deve se preparar para telemedicina, num claro sinal de que espera uma enorme procura por atendimentos hospitalares por parte da população mais idosa do país. Davi Alcolumbre, presidente do Senado, e o general Heleno confirmaram estar infectados pelo coronavírus.
Os sinais, números e casos estão aí para quem quer ver. Bolsonaro, o presidente mito de muitos, depois de ser virtualmente linchado nas redes sociais e de ver panelaços surgindo em cidades brasileiras devido à sua inconsequente atitude de domingo e de sua transparente falta de preparo para lidar com "isso que tá aí", parece ter sido convencido de que a situação que domina as redes sociais do mundo e as conversas nos aplicativos de bate-papo, merece total atenção do mandatário do país.
No dia 18 (ontem), ele apareceu usando máscara durante coletiva de imprensa em que anunciou medidas econômicas e na área da saúde. Talvez tenha sido tarde demais.
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