Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Observatório das Eleições
Eleição no RS: parte do que sobrou do PSDB depende de reeleição inédita
Observatório das Eleições
Observatório das Eleições
As eleições de 2022 em Santa Catarina: um sistema partidário dominado pelo bolsonarismo
Observatório das Eleições
Urnas, listas e rua: a estratégia múltipla dos grupos armamentistas em 2022
Observatório das Eleições
Eleições 2022
21/10/2022 8:18
 
 
 Das dez publicações com maior engajamento, temos vídeos veiculados pelo Portal do José, TV 247, Rádio Band News (com comentário crítico de Reinaldo Azevedo) e UOL. Houve, portanto, prevalência de conteúdos vinculados ao campo lulista ou de grupos de comunicação que criticaram a fala do presidente. Dos associados ao bolsonarismo, os canais pertencentes ao youtuber OiLuiz TV e ao programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, tiveram ampla repercussão.
Confirmando a presença maior da direita no Facebook, o que este Observatório já demonstrou em outros momentos da eleição, foi nessa única rede que o bolsonarismo teve protagonismo. Foram registradas 1,4 milhão de menções. A página "Desmascarando" teve o maior número de interações: 99.360. Crítica a Bolsonaro, ela se apresenta como de comentário político, tendo linguagem simples, de tom exagerado e com recursos de edição típicos da internet. O político bolsonarista Vagner Nagelstein aparece em segundo lugar, com 97.917 interações em postagens que buscam mostrar que a fala de Bolsonaro teria sido editada. A projeção e a diferença das duas contas expressam a polarização em torno do tema no Facebook. Considerando as dez principais páginas, foram 578.423 interações, sendo que o campo lulista interagiu menos (178.032) que o bolsonarista (274.578), porém mais do que as páginas de sites noticiosos (125.813). Se nos determos às dez publicações com maior número de interações no Facebook sobre o tema, a distância se torna ainda maior: são três páginas lulistas (156.773) contra sete bolsonaristas (298.449).
Outro espaço de projeção do bolsonarismo foi o buscador do Google. No domingo, às vésperas do debate, as tendências de busca no YouTube associadas ao Lula foram "Lula beija criança" e "Lula pedófilo". Ao Bolsonaro são "vídeo Bolsonaro pintando um clima" e "Bolsonaro falando que pintou um clima". Como o gráfico abaixo mostra, as buscas associando Lula a problemas tiveram picos maiores, no domingo, do que as que trataram do fato informado pelo próprio Bolsonaro, mas o volume geral de buscas associando ambos foi equivalente.
Das dez publicações com maior engajamento, temos vídeos veiculados pelo Portal do José, TV 247, Rádio Band News (com comentário crítico de Reinaldo Azevedo) e UOL. Houve, portanto, prevalência de conteúdos vinculados ao campo lulista ou de grupos de comunicação que criticaram a fala do presidente. Dos associados ao bolsonarismo, os canais pertencentes ao youtuber OiLuiz TV e ao programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, tiveram ampla repercussão.
Confirmando a presença maior da direita no Facebook, o que este Observatório já demonstrou em outros momentos da eleição, foi nessa única rede que o bolsonarismo teve protagonismo. Foram registradas 1,4 milhão de menções. A página "Desmascarando" teve o maior número de interações: 99.360. Crítica a Bolsonaro, ela se apresenta como de comentário político, tendo linguagem simples, de tom exagerado e com recursos de edição típicos da internet. O político bolsonarista Vagner Nagelstein aparece em segundo lugar, com 97.917 interações em postagens que buscam mostrar que a fala de Bolsonaro teria sido editada. A projeção e a diferença das duas contas expressam a polarização em torno do tema no Facebook. Considerando as dez principais páginas, foram 578.423 interações, sendo que o campo lulista interagiu menos (178.032) que o bolsonarista (274.578), porém mais do que as páginas de sites noticiosos (125.813). Se nos determos às dez publicações com maior número de interações no Facebook sobre o tema, a distância se torna ainda maior: são três páginas lulistas (156.773) contra sete bolsonaristas (298.449).
Outro espaço de projeção do bolsonarismo foi o buscador do Google. No domingo, às vésperas do debate, as tendências de busca no YouTube associadas ao Lula foram "Lula beija criança" e "Lula pedófilo". Ao Bolsonaro são "vídeo Bolsonaro pintando um clima" e "Bolsonaro falando que pintou um clima". Como o gráfico abaixo mostra, as buscas associando Lula a problemas tiveram picos maiores, no domingo, do que as que trataram do fato informado pelo próprio Bolsonaro, mas o volume geral de buscas associando ambos foi equivalente.
 As pesquisas mais frequentes sobre a Lula e a Bolsonaro são expostas a seguir.
 
As pesquisas mais frequentes sobre a Lula e a Bolsonaro são expostas a seguir.
 
 
 O que vemos é que houve uma tentativa de relacionar Lula ao que na verdade estava posto para Bolsonaro, uma estratégia que teve sucesso, dada a presença de temas que não estavam na pauta nas buscas. Não obstante, as buscas sobre Lulas foram mais diversas, ao passo que Bolsonaro foi completamente vinculado ao possível caso de pedofilia.
Quase impenetráveis, os grupos bolsonaristas no WhatsApp não deram destaque ao tema, ao contrário. Monitoramento do Farol Digital, grupo da UFC parceiro do Observatório das Eleições, revela que, entre 00:00 do dia 14 e 11:00 do dia 18, 183 mensagens de um universo de 17.774 mensagens contendo texto trataram do assunto. Não são consideradas aqui as mensagens apenas com mídia (vídeo, áudio). Elas foram enviadas por 107 números distintos, sendo distribuídas em 72 grupos. O pico das menções foi no domingo, 17, depois o assunto foi praticamente inexistente nos grupos.
Essa situação é indicativa de como os grupos de WhatsApp, por serem mais fechados, são importantes para manter a circulação de informações mais controlada, mantendo os adeptos encerrados em discursos que reiteram seus posicionamentos. Isso ocorre nas redes sociais, por força da mediação algorítmica que resulta na conformação de bolhas, mas nelas há zonas de intersecção ou, como no caso de Jair Bolsonaro e Carlos Bolsonaro, a necessidade de tratar de um tema que inegavelmente ganhou merecida dimensão pública. 
Importa ter em vista que furar a bolha não significa ganhar votos. O levantamento mais recente do Datafolha já capta o debate da Band e o episódio da pedofilia, bem como outros casos que ganharam repercussão, como a participação de Bolsonaro e seus apoiadores em Aparecida e no Círio de Nazaré. Como a pesquisa mostra, apesar de tudo isso, não houve variações significativas nas intenções de votos. As poucas mudanças levaram à ampliação da margem de Bolsonaro, que tem mobilizado recursos públicos em prol de sua eleição, por meio de diversas políticas. Assim, a mobilização em torno do tema parece funcionar como uma barreira de contenção para mais ações de desinformação por parte do bolsonarismo, que teve que suspender a artilharia para dar respostas.
* Helena Martins é professora da UFC. Doutora em Comunicação pela UnB, com sanduíche no Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG). É editora da Revista EPTIC. Coordenadora do Telas - Laboratório de Tecnologia e Políticas da Comunicação e integrante do Obscom/Cepos;
Eduardo Barbabela é pesquisador do Manchetômetro e do Observatório das Eleições 2022. Doutor em Ciência Política pelo IESP UERJ;
Thayla Souza  é graduada em Ciência Política pela UnB e pesquisadora bolsista do Observatório das Eleições 2022 em parceria com o Instituto de Ciência Política (IPOL-UnB);
Alexandre Arns Gonzales é bolsista de pós-doutorado pesquisador colaborador do Instituto de Ciência Política (IPOL) da Universidade de Brasília.
Esse artigo foi elaborado no âmbito do projeto Observatório das Eleições 2022, uma iniciativa do Instituto da Democracia e Democratização da Comunicação. Sediado na UFMG, conta com a participação de grupos de pesquisa de várias universidades brasileiras. Para mais informações, ver: www.observatoriodaseleicoes.com.br
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
O que vemos é que houve uma tentativa de relacionar Lula ao que na verdade estava posto para Bolsonaro, uma estratégia que teve sucesso, dada a presença de temas que não estavam na pauta nas buscas. Não obstante, as buscas sobre Lulas foram mais diversas, ao passo que Bolsonaro foi completamente vinculado ao possível caso de pedofilia.
Quase impenetráveis, os grupos bolsonaristas no WhatsApp não deram destaque ao tema, ao contrário. Monitoramento do Farol Digital, grupo da UFC parceiro do Observatório das Eleições, revela que, entre 00:00 do dia 14 e 11:00 do dia 18, 183 mensagens de um universo de 17.774 mensagens contendo texto trataram do assunto. Não são consideradas aqui as mensagens apenas com mídia (vídeo, áudio). Elas foram enviadas por 107 números distintos, sendo distribuídas em 72 grupos. O pico das menções foi no domingo, 17, depois o assunto foi praticamente inexistente nos grupos.
Essa situação é indicativa de como os grupos de WhatsApp, por serem mais fechados, são importantes para manter a circulação de informações mais controlada, mantendo os adeptos encerrados em discursos que reiteram seus posicionamentos. Isso ocorre nas redes sociais, por força da mediação algorítmica que resulta na conformação de bolhas, mas nelas há zonas de intersecção ou, como no caso de Jair Bolsonaro e Carlos Bolsonaro, a necessidade de tratar de um tema que inegavelmente ganhou merecida dimensão pública. 
Importa ter em vista que furar a bolha não significa ganhar votos. O levantamento mais recente do Datafolha já capta o debate da Band e o episódio da pedofilia, bem como outros casos que ganharam repercussão, como a participação de Bolsonaro e seus apoiadores em Aparecida e no Círio de Nazaré. Como a pesquisa mostra, apesar de tudo isso, não houve variações significativas nas intenções de votos. As poucas mudanças levaram à ampliação da margem de Bolsonaro, que tem mobilizado recursos públicos em prol de sua eleição, por meio de diversas políticas. Assim, a mobilização em torno do tema parece funcionar como uma barreira de contenção para mais ações de desinformação por parte do bolsonarismo, que teve que suspender a artilharia para dar respostas.
* Helena Martins é professora da UFC. Doutora em Comunicação pela UnB, com sanduíche no Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG). É editora da Revista EPTIC. Coordenadora do Telas - Laboratório de Tecnologia e Políticas da Comunicação e integrante do Obscom/Cepos;
Eduardo Barbabela é pesquisador do Manchetômetro e do Observatório das Eleições 2022. Doutor em Ciência Política pelo IESP UERJ;
Thayla Souza  é graduada em Ciência Política pela UnB e pesquisadora bolsista do Observatório das Eleições 2022 em parceria com o Instituto de Ciência Política (IPOL-UnB);
Alexandre Arns Gonzales é bolsista de pós-doutorado pesquisador colaborador do Instituto de Ciência Política (IPOL) da Universidade de Brasília.
Esse artigo foi elaborado no âmbito do projeto Observatório das Eleições 2022, uma iniciativa do Instituto da Democracia e Democratização da Comunicação. Sediado na UFMG, conta com a participação de grupos de pesquisa de várias universidades brasileiras. Para mais informações, ver: www.observatoriodaseleicoes.com.br
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].Temas
Política paulista
Tecnologia
Economia e inovação
Finanças públicas