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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Edson Sardinha, Flávia Said
15/3/2020 | Atualizado às 18:43
Bolsonaro fez live de máscara ao lado do ministro da Saúde, desencorajando pessoas a irem a manifestações[/caption]
Mas o fato é que a insistência em afrontar as instituições, como voltou a fazer hoje Jair Bolsonaro, leva vários parlamentares a prever uma reação forte do Judiciário e do Legislativo, num momento em que a Covid-19 já seria problema demais para se preocupar. "Sinceramente não sei ainda qual vai ser, mas alguma resposta mais dura precisa ser dada ao presidente", defendeu um deputado próximo a Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Fazendo pelo Twitter e pelo Facebook a "cobertura" dos atos que há dois dias desautorizara, Bolsonaro compartilhou foto destacando o cartaz "Fora, Maia". Depois, em frente ao Planalto, fez selfie em que se via mensagem semelhante.
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Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sinalizaram neste domingo, em entrevista à estreante CNBB Brasil, desconforto com os atos e o comportamento de Bolsonaro.
"Convidar para ato contra poderes é confrontar a democracia", disse Davi. "Eles continuam ainda processando como se estivéssemos em um processo eleitoral. A eleição acabou. Não são só os brasileiros que votaram no candidato A ou no candidato B que estão aguardando respostas, são todos os brasileiros que esperam do governo e do Parlamento as respostas que são urgentes para a sociedade", destacou o senador. Para Rodrigo Maia, a relação entre o Legislativo e o Executivo federais é prejudicada por apoiadores radicais do presidente, que usam as redes sociais para "contaminar o ambiente".
Agenda econômica
O momento para os ataques ao Parlamento não poderia ser pior: provavelmente amanhã o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciará medidas de incentivo para tentar conter os danos econômicos causados pelo novo coronavírus, em resposta a cobranças feitas pelo próprio Congresso e pelo mercado financeiro. Várias dessas iniciativas, certamente, precisarão do aval dos parlamentares.
Para os congressistas, Bolsonaro não está interessado em aprovar uma agenda econômica. Seu interesse real, suspeita-se, é a ruptura democrática.
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Um dos principais alvos das manifestações, Maia é peça imprescindível no xadrez de Guedes. Foto: ABr[/caption]
"As manifestações hoje demonstram que o presidente está cada vez mais encurralado num pequeno gueto de radicais extremistas. O que havia de bom senso no entorno do presidente já perdeu as esperanças. Penso que ele passou dos limites. Um presidente não pode solidarizar-se com uma manifestação que carrega faixas pelo fechamento do Congresso e do STF. Se estivesse preocupado com a agenda econômica, Bolsonaro estaria procurando unir o povo em torno dela e não dividindo o povo em torno de pautas antidemocráticas e secundárias", disse ao Congresso em Foco o deputado Marcelo Ramos (PL-AM).
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O presidente do Supremo, Dias Toffoli, limitou-se, por meio de sua assessoria, a repetir a mensagem que já divulgara em fevereiro, após a notícia de que Bolsonaro havia compartilhado pelo Whatsapp vídeo convocando pessoas para os protestos contra o STF e o Congresso.
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Faixa contra o Supremo e o Congresso segurada por manifestantes neste domingo (15). Foto: Edson Sardinha/Congresso em Foco[/caption]
"Não existe democracia sem um Parlamento atuante, um Judiciário independente e um Executivo já legitimado pelo voto. O Brasil não pode conviver com um clima de disputa permanente. É preciso paz para construir o futuro. A convivência harmônica entre todos é o que constrói uma grande nação", repetiu o ministro.
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Irresponsabilidade
Para o líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o país pagará o preço pelo desprezo de Bolsonaro pela saúde das pessoas e pela democracia. "Qualquer chefe de Estado minimamente sério está tomando medidas duras para conter o avanço do novo coronavírus. Mas o presidente do Brasil, irresponsável, está no Twitter comemorando as aglomerações formadas através do seu chamado contra o Congresso e o STF. O nosso país pagará caro!", disse Randolfe.
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Bia Kicis diz que não há ataque às instituições. Foto: Edson Sardinha/Congresso em Foco[/caption]
Para o deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ), Bolsonaro mostra que prefere ser líder de facção do que presidente da República. "Nem a comoção provocada pelo avanço do coronavírus é capaz de regenerá-lo. Lamentável termos um sujeito como esse na Presidência num momento tão grave para o Brasil. Irresponsável", criticou.
Uma das líderes do ato deste domingo em Brasília, a deputada Bia Kicis (PSL-DF) disse que o movimento é espontâneo e que não há, mesmo em período de coronavírus, como impedir que a população saia às ruas para defender o presidente. "O povo não precisa de comando para vir para a rua", afirmou. Segundo ela, não há por trás do movimento a intenção de atacar as instituições. "Mas não aceita parlamentarismo branco", emendou.

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