Se depender do Ministério Público Federal, o banqueiro Daniel Dantas continuará encarcerado. É o que mostra parecer do subprocurador-geral da República Wagner Gonçalves, que solicita ao Supremo Tribunal Federal (STF) a rejeição do habeas corpus (liberdade provisória) impetrado pela defesa de Dantas.
“Não há, no caso, ameaça de violência ou coação iminente à liberdade", afirma o subprocurador em seu parecer. Hoje (9), o STF anunciou o
adiamento da decisão sobre o habeas corpus. O presidente da corte, ministro Gilmar Mendes, disse que precisa de mais informações da PF e tempo de análise para proferir sua sentença. (
leia íntegra da decisão)
Preso desde ontem (8) pela Operação Satiagraha, da Polícia Federal (PF), Dantas é acusado de chefiar movimentações financeiras irregulares. Além dele, foram presos o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, o investidor Naji Nahas e mais 14 pessoas acusadas de participação no esquema. Outros 24 mandatos de prisão foram expedidos, além 56 ordens de busca e apreensão.
A Operação Satiagraha investiga a prática de crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas, tráfico de influência, gestão fraudulenta e formação de quadrilha. Os métodos da ação que levou à prisão de Daniel Dantas, Naji Nahas e Celso Pitta foram criticados por senadores (
que chegaram a bater boca hoje em plenário), advogados e pelo próprio Gilmar Mendes, que apontou um “quadro de espetacularização das prisões”.
Por outro lado, o ministro da Justiça, Tarso Genro, saiu hoje em
defesa da PF e, em entrevista coletiva, disse ter chegado ao fim a era dos criminosos “intocáveis” no Brasil, e que os agentes estão de “parabéns”.
(Fábio Góis)