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Congresso em Foco
24/1/2007 | Atualizado às 18:28
O ex-ministro da Integração Ciro Gomes (PSB-CE) afirmou que o conselho político do governo de coalizão deve intervir na disputa pela presidência da Câmara. Em entrevista para a Folha Online, o deputado eleito disse que o grupo precisa se mobilizar a favor de um entendimento entre os candidatos da base, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP).
“O conselho político, não para arbitrar uma decisão, mas como um lugar para informar e aconselhar o presidente da República para que ele ajude a encontrar a solução”, afirmou o ex-ministro que não vê a participação de Lula como uma intromissão. “O presidente faz parte do conselho político de uma coalizão de governo. Por essa razão, a participação dele não é ilegítima”, completou.
Ciro acredita que a entrada de Gustavo Fruet (PSDB-SP) complicou o processo eleitoral e que o tucano tem chance de disputar o segundo turno.
“Se você somar os votos de PSDB, PFL e PPS e mais uns 30 do PMDB, quem vai ao segundo turno é o Fruet. Daí, é o imponderável absoluto. Basta contar hoje os votos que os três candidatos dizem ter e chegamos a 700. Nós não podemos ir para esse nível de incerteza.”
Segundo o deputado, um dos fatores complicadores é a movimentação dentro do PMDB que vive um momento de antagonismo entre os grupos governista e de oposição do passado com a estrutura que está se formando para o segundo mandato.
“O PMDB passa por um processo interno de alteração da área que tem influência no governo. Essa movimentação produz no grupo antigo, ao estilo deles, uma vontade de vingança. Eu notei isso. Em resumo, o PMDB governista do primeiro mandato está em antagonismo hoje com essa aliança com o PT. Essa ala insatisfeita votaria no Aldo, mas pode acabar votando no Fruet para derrotar o governo.”
Coalizão esfarelada
Em entrevista à Agência Reuters, Ciro afirmou que a disputa entre PT e aliados pela presidência da Câmara "esfarela" a coalizão, ameaça a aprovação do PAC e pode envolver o governo em novos escândalos. Para o parlamentar cearense, o PT não deve atuar "de forma truculenta".
"Viemos de um momento dramático para as forças progressistas e, na primeira oportunidade, eles [o PT] vêm para cima de um aliado", criticou.
O ex-ministro afirmou que ouviu "de pessoas sérias" relatos sobre oferta "de ministério e até de carguinhos" em meio à disputa. Ele não citou nomes. "Estamos saindo do centro de uma crise moral, não é possível que o PT esqueça isso. A hegemonia moral na coalizão tem de ser clara: não quero ver o governo Lula perto de novos escândalos", acrescentou Ciro.
Ciro classificou a oferta de cargos em troca de votos para a sucessão da Câmara como "uma deslealdade" com o presidenteLula. Para o deputado eleito, quem ofereceu cargos em nome do governo "vendeu bilhetes de loteria vencidos".
Eleições 2010
Ciro respondeu com ironia à recente declaração do presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), de que o partido poderá apoiar um nome de outra legenda para a sucessão de Lula em 2010.
"Isso é falso, é vesgo, e fica até parecendo tentativa de suborno, como se eu fosse pensar que serei esse candidato. Não há necessidade desse tipo de aceno para mim, pois sei que o PT terá candidato em 2010", afirmou.
Ciro Gomes avalia que a disputa na Câmara é "o primeiro sinal" de uma crise entre os partidos de esquerda mais identificados com Lula. "O governo vai se dar muito mal se não entender que há um episódio muito grave envolvendo a coalizão. O núcleo original da coalizão está se esfarelando, de forma agressiva, o que é dramaticamente ruim", disse.
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