O PT reagiu com indignação à declaração do senador José Jorge (PFL-PE), candidato à vice-presidência na chapa do tucano Geraldo Alckmin, de que o presidente Lula "não trabalha, só viaja e bebe muito". A afirmação de José Jorge, feita na tarde desta quinta-feira, foi considerada uma reação "nervosa", de alguém que está em uma chapa que vai perder a eleição.
"É algo típico do PFL, um partido de pessoas arrogantes e autoritárias, que não toleram ver um trabalhador na Presidência e muito menos o apoio do povo brasileiro a esse trabalhador", disse o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). "O senador deve estar muito nervoso porque é vice em uma chapa que não tem a confiança do povo brasileiro."
O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse que a declaração representa um "resquício do ambiente de radicalização política" no País. "A opinião pública está cansada de acusações de caráter pessoal e do denuncismo. A população quer saber as propostas para o futuro governo e o que o governo anterior fez", afirmou.
Tarso lembrou que a chapa de Alckmin está "com dificuldades" na campanha e disse que o governo não responderá aos ataques de José Jorge. "Nós queremos contribuir para a elevação do debate político, e não para o seu rebaixamento. Declarações assim afastam a população do processo eleitoral", argumentou Tarso.
O líder do governo na Câmara,
Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que a frase do senador "mostra a fraqueza da chapa da oposição" e um "temor reverencial pela candidatura Lula". "Se fosse para manter o nível de deselegância eu poderia dizer que o senador deve ter bebido um pouco a mais para fazer essas declarações. Denota uma certa confusão mental", afirmou.
O senador Tião Viana (PT-AC), colega de José Jorge, foi menos agressivo, mas também criticou José Jorge. "É um ato de violência verbal que não cabe a um homem brando como o senador", disse. "É uma frase agressiva, um ato de inquietude de quem está antecipando uma derrota eleitoral do seu candidato."