O advogado do ex-ministro José Dirceu, o criminalista José Luiz de Oliveira Lima, reagiu com indignação sobre à divulgação do depoimento de Altivo Ovando Júnior. Segundo Oliveira Lima, os promotores "não agiram com lealdade processual, não agiram com ética". O advogado afirmou que os promotores não revelaram a existência e o teor da nova prova contra seu cliente, agora enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF). "Esconderam provas da defesa", declarou, para depois acrescentar: "Isso é ilegal, isso lembra os procedimentos feitos na época da ditadura."
O criminalista informou que pretende entrar com uma representação na Corregedoria do Ministério Público contra o promotor Amaro Thomé Filho. De acordo com Oliveira Lima, as peças entregues pela promotoria não continham cópia do depoimento de Ovando Júnior. "Os promotores informaram que o que havia nos autos era aquilo". Na avaliação do criminalista, a atitude dos promotores de Santo André demonstra "o desespero da acusação, que desprovida de provas, circunstâncias e indícios concretos usa dessa estratégia para defender seu ponto de vista".
"Essa prova mágica do Ministério Público na verdade não é prova nenhuma porque é mais um depoimento isolado e não tem nenhuma relação com o fato de Santo André", observa o advogado. A promotora Adriana Ribeiro Soares de Morais rebateu as acusações de Oliveira Lima. "Não estamos escondendo nada. O depoimento era de outro procedimento investigatório e só juntamos aos autos do José Dirceu porque o ministro Eros Grau pediu todas as provas para justificar essa investigação."