O prefeito de São Paulo, José Serra, é considerado o melhor candidato do PSDB à sucessão de Lula por 60% dos simpatizantes de seu partido, aponta a última pesquisa Datafolha. O governador Geraldo Alckmin, que disputa com Serra a vaga de candidato tucano, é apoiado por apenas 37% dos eleitores do PSDB. Os demais estão indecisos ou não escolhem nenhum dos dois. Os dados foram divulgados na edição de hoje da Folha de S. Paulo.
Entre os simpatizantes do PMDB, o candidato mais bem contado ao Planalto é o ex-governador do Rio Anthony Garotinho, que aparece com 67% da preferência dos ouvidos. O governador gaúcho Germano Rigotto é o preferido de 18% dos eleitores declarados do partido. Garotinho disputa, no dia 19 de março, as prévias no PMDB. Até agora, Rigotto é seu único rival.
No caso tucano, a decisão será tomada por "consenso" num processo coordenado pelo presidente do partido, senador Tasso Jereissati (CE), pelo governador mineiro Aécio Neves e pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. As pesquisas são citadas como uma das principais ferramentas que decidirão a disputa.
Na pesquisa Datafolha sobre intenção de voto, divulgada ontem, Serra é o único candidato que derrota Lula em um hipotético segundo turno, com 49% contra 41% do petista. No confronto de segundo turno com Lula, Alckmin perde por 48% a 39%.
Quando considerado todo o universo de entrevistados, e não apenas o de simpatizantes do PSDB, Serra também é considerado o melhor candidato do partido por 60% dos entrevistados. Outros 26% apontam Alckmin como a melhor opção tucana. Serra também é apontado como o melhor candidato do PSDB por 55% dos entrevistados que se dizem petistas. Nesse público, 32% preferem Alckmin.
Os eleitores declarados de Serra, nos cenários em que ele é o candidato do PSDB, também parecem mais convictos de que ele é a melhor escolha do partido do que aqueles que optam por Alckmin quando seu nome é apresentado como o concorrente tucano.
O que o eleitor quer
O Datafolha também perguntou aos entrevistados que critérios eles privilegiam na hora de escolher o candidato a presidente. Para 59%, o mais importante é a proposta de governo, enquanto 31% apontam como fator primordial a pessoa do candidato. Apenas 5% julgam como item mais importante na escolha do candidato o partido dele. Dos entrevistados, 68% dizem preferir um presidente que seja "totalmente honesto, ainda que faça menos", contra 27% que acham preferível um mandatário "que faça muita coisa, mesmo que roube um pouco".
Para 82% dos entrevistados, existe corrupção no governo Lula, índice que permaneceu praticamente inalterado desde que atingiu o teto de 83% em agosto de 2005. Só que agora 35% dos entrevistados acreditam que Lula tem muita responsabilidade sobre a corrupção em seu governo (em agosto eram 29%). Apenas 13% acham que o presidente não tem nenhuma responsabilidade, enquanto 50% atribuem a ele "um pouco de responsabilidade" pela corrupção no governo.
A pesquisa Datafolha ouviu 2.590 pessoas em 153 municípios nos últimos dias 1º e 2. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.