O médico João Francisco Daniel, irmão do prefeito Celso Daniel, acusou o chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, de fazer a intermediação de um esquema de corrupção na prefeitura do ABC paulista e a cúpula do PT. Durante a acareação na CPI dos Bingos, João Francisco afirmou que Gilberto "está com a alma aprisionada" porque não pode contar a verdade.
"O senhor (Gilberto) sempre passou serenidade nas conversas que tivemos. O senhor fazia em Santo André a ligação entre uma quadrilha composta por Klinger (Klinger de Oliveira, ex-secretário municipal), Sérgio (Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, acusado de ser o mandante do assassinato do prefeito) e Ronan (Ronan Maria Pinto, empresário), entre outros, com a cúpula do PT em São Paulo. Infelizmente, o senhor tinha de fazer este meio-de-campo. Nós não estamos com a alma aprisionada. Estamos livres", afirmou João Francisco.
Gilberto negou a denúncia e acusou os irmãos Daniel de servirem a um "jogo político". O assessor de Lula rebateu as acusações de que o prefeito estivesse envolvido num esquema de corrupção em Santo André para favorecer o PT. Também participa da acareação o professor Bruno Daniel, irmão mais novo de Celso. "A conduta (dos irmãos João Francisco e Bruno) está servindo a um jogo político e manchando a memória do irmão de vocês", disse o chefe de gabinete.
"Estamos dizendo que o Celso assumiu a existência de uma fragilidade institucional e, do meu ponto de vista, isto é algo com o qual eu não concordo. Ele considerava que operar um esquema de corrupção para financiar campanha eleitoral era um mal necessário. Em momento nenhum afirmamos que Celso Daniel era envolvido em corrupção", disse Bruno Daniel.