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Congresso em Foco
20/6/2007 | Atualizado às 22:13
Quatro deputados encaminharam requerimento à Secretaria Geral do Congresso requisitando a retirada de seus nomes da lista que pede a criação da CPI da Navalha. A comissão, que contava com o número mínimo de 171 assinaturas de deputados, agora deverá ser mesmo arquivada.
Clodovil Hernandes (PTC-SP), Edigar Mão Branca (PV-BA), Vinícius Carvalho (PTdoB-RJ) e Ribamar Alves (PSB-MA) foram os deputados que entraram com o requerimento e se mostraram contrários à investigação parlamentar que iria investigar o suposto envolvimento de congressistas no esquema que fraudava licitações e desviava recursos públicos, investigado na Operação Navalha da Polícia Federal.
Com 167 assinaturas na Câmara – no Senado são 30 assinaturas, três a mais que o mínimo necessário –, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), um dos autores do requerimento de criação, disse que, para ele, acabou. “Não peço mais assinaturas. Vou procurar outra coisa para fazer, taí, por exemplo, a reforma política”, declarou.
O deputado não escondeu a frustração: "É lógico que você fica frustrado. Você sofre um desgaste interno muito grande. Muitos dos que estão retirando os nomes estão negociando algo que eu não posso dar nem oferecer”. Ainda na semana passada, o vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS), afirmou que existe uma orientação para que deputados da base aliada retirem os nomes da lista. (Lucas Ferraz)
“Arrependidos” explicam retirada de apoio à CPI
O Congresso em Foco ouviu dois dos quatro deputados “arrependidos”, que retiraram os seus nomes do requerimento de criação da CPI da Navalha, o que enterra a comissão parlamentar que propunha investigar irregularidades em obras públicas, desbaratadas pela Polícia Federal (PF) na Operação Navalha. São eles: Clodovil Hernandes (PTC-SP), Edigar Mão Branca (PV-MG), Vinícius Carvalho (PTdoB-RJ) e Ribamar Alves (PSB-MA) (leia mais).
Segundo Edigar Mão Branca, quando “não se quer investigar nada, cria-se uma CPI”. “A comissão parlamentar de inquérito não resolve nada”, disse. Indagado sobre o motivo de assinar o requerimento se a investigação não valeria para nada, o deputado disse que mudou de idéia depois de acompanhar a CPI do Apagão Aéreo, considerada por ele um fracasso. “Olhe o que a gente está vendo nela?”, questionou.
O deputado baiano, famoso por usar um chapéu de couro no plenário, defende que a investigação fique a cargo da Polícia Federal e do Ministério Público e garante que não sofreu pressão da base aliada para retirar o seu nome.
Foi o que também falou o deputado Ribamar Alves. “Sempre fui muito independente”, garantiu. Ele admitiu, no entanto, que seu arrependimento em relação à CPI da Navalha está ligado à falta de disposição da oposição do Maranhão, comandada pela família Sarney, de investigar o governador Jackson Lago, apontado pela PF como um dos beneficiadores do esquema. Segundo Ribamar, a CPI perdeu o “seu tempo”. “Não faz mais sentido nenhum”, disse. Ele afirmou ainda que seu gesto não “pegaria mal”. “Não é feio. Sou um homem de convicção”, completou.
O Congresso em Foco não encontrou o deputado Vinícius Carvalho. (Lucas Ferraz)
Clodovil retirou nome de CPI a pedido de José Múcio
O deputado Clodovil Hernandes (PTC-SP) retirou o seu nome do requerimento que propunha a criação da CPI da Navalha depois de receber ligação do líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE), que trabalha para enterrar a comissão parlamentar de inquérito.
O deputado, que está de licença médica em decorrência de um acidente vascular cerebral, conversou com Múcio por telefone. O argumento do líder do governo foi de que a criação de outra CPI na Câmara poderia atrapalhar os trabalhos da Casa. O deputado acha que tem coisas mais importantes para se fazer e que não se pode perder o foco, informou ao Congresso em Foco a assessoria de imprensa de Clodovil.
O argumento dele é o mesmo usado por outros três parlamentares “arrependidos” que retiraram seus nomes do requerimento, de que a CPI do Apagão Aéreo não deu em nada até agora. Por isso, segundo os parlamentares argumentaram, não faria sentido a criação de mais uma comissão parlamentar de inquérito na Câmara. (Lucas Ferraz)
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Câmara adia mais uma vez reforma política
A Câmara decidiu mais uma vez adiar a votação da reforma política. O projeto (PL 1210/2007) ainda está em discussão no plenário, o que influenciou no seu adiamento. Até o momento, foram apresentadas 317 emendas, segundo informou a Secretaria Geral da Câmara.
Dois projetos de lei com urgência constitucional que estavam na pauta também prejudicaram a votação da reforma, mas nada foi mais decisivo do que a falta de consenso sobre o primeiro item do projeto, o voto em lista fechada (ou preordenada, como alguns preferem).
Alguns parlamentares, principalmente do PT, PMDB e DEM, defendem a flexibilização do voto em lista, onde o eleitor poderia votar numa lista determinada pela legenda e no candidato. Discute-se se com esse modelo seria possível implementar o financiamento público de campanha.
Apesar da rejeição de um grande número de deputados, como ficou demonstrado na semana passada, alguns parlamentares insistem na votação, pelo plenário, da lista fechada, como o proposto no projeto elaborado por Ronaldo Caiado (DEM-GO), mesmo com a tendência do item ser rejeitado.
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), defende a última hipótese. Segundo declarou ao Congresso em Foco o primeiro vice-presidente da Casa, Nárcio Rodrigues (PSDB-MG), “a posição da Mesa é colocar o projeto em votação. Se isso não acontecer, a imagem que a Câmara vai passar para a sociedade é de que faltou coragem para se votar a reforma política”.
Ao final da sessão de hoje, Chinaglia explicou aos jornalistas que a maioria dos líderes partidários eram favoráveis ao adiamento da votação. “Até porque se ficássemos aqui iríamos até o final da noite, não votaríamos antes da meia-noite”, explicou o presidente da Câmara.
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