A CPI dos Correios analisa uma relação com nomes de sete funcionários da Câmara dos Deputados e do Senado que tiveram movimentações financeiras e contatos telefônicos com as empresas do publicitário Marcos Valério de Souza, segundo a Folha de S. Paulo.
Técnicos da comissão cruzaram uma lista de 30 mil servidores, extraída da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Trabalho, com informações dos sigilos bancários e telefônicos arquivadas. No cruzamento dos dados, os técnicos chegaram a uma lista de 47 funcionários ou ex-funcionários do Congresso, entre 2000 e 2004, cujos nomes aparecem associados de alguma forma às quebras de sigilos bancários e telefônicos que compõem a base de dados da CPI.
Desse total, apenas sete estão vinculados diretamente às movimentações financeiras de Valério, informa a Folha. Os demais surgem vinculados a empresas ou pessoas investigadas e ao PT, que ofereceu seus sigilos voluntariamente no decorrer das investigações.
O rastreamento funcionou da seguinte forma: após cruzar a relação dos 30 mil funcionários com a base de dados dos sigilos bancários e telefônicos, a CPI chegou a cerca de 700 nomes de servidores que tiveram algum tipo de ligação com a base de dados da comissão. Na seqüência, uma nova triagem apontou 47 nomes que apresentaram relação telefônica e bancária com os investigados.
O rol de contas bancárias investigadas pela CPI chega hoje a cerca de mil, referentes a aproximadamente 400 pessoas físicas e jurídicas. O cruzamento dos números ultrapassa 6.000 movimentações financeiras de natureza diferentes.
A CPI ainda não pode precisar que tipo de ligação cada um dos funcionários que aparecem nos cruzamentos teve com os personagens ou as empresas suspeitas no atual estágio de apuração.