Durante visita que faz hoje ao Rio de Janeiro, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou que não vê motivos para que ele preste depoimento à Policia Federal no inquérito que investiga a quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. Segundo Bastos, as investigações da PF - subordinada ao seu ministério - estão adiantadas e em fase de conclusão.
Bastos disse que tomou conhecimento dos depósitos feitos nas contas do caseiro pela imprensa. Contudo, seu nome foi envolvido na quebra ilegal do sigilo depois que dois assessores diretos dele - o secretário de Direito Econômico, Daniel Goldberg, e o chefe de gabinete, Cláudio Alencar - depuseram na Polícia Federal neste final de semana. Eles disseram à PF que o ex-ministro Antonio Palocci pediu que fosse investigada uma movimentação financeira atípica na conta de Francenildo.
Ministro nega envolvimento de seus assessores na violação
Bastos negou também qualquer envolvimento de assessores da sua pasta na violação da conta do caseiro. O ministro da Justiça confirmou, no entanto, que o pedido de investigação de Palocci aos seus assessores da Justiçam.
"Eles não são testemunhas de nenhuma irregularidade. Eles simplesmente foram lá (na casa de Palocci), receberam o pedido (de investigação), que não quiseram atender", disse Bastos.
Segundo Bastos, Palocci fez o pedido de investigação aos dois assessores, que não teriam assistido a nenhuma "quebra de sigilo". "Eles foram chamados por Palocci que queria que fosse investigada a possibilidade do caseiro ter recebido um suborno. Eles não assistiram a nenhuma quebra de sigilo nem a nenhum vazamento de sigilo."
Depoimento espontâneo
O ministro disse ainda que Goldberg e Alencar procuraram espontaneamente para falar sobre o que sabiam sobre a quebra do sigilo de Francenildo. "Eles foram ontem espontaneamente (à PF). Eles já tinham comunicado que estavam à disposição (da polícia), pois sabiam de fatos relativos àqueles que estavam sendo investigados no inquérito."
Segundo ele, não houve demora para a investigação começar. "Não houve demora, deslize, nem lentidão da Polícia Federal. A PF teve toda amplitude para investigar."
Bastos afirmou que as investigações estão ocorrendo num tempo recorde. "Foi feita (a investigação) num tempo absolutamente compatível, com dificuldade, mas num tempo muito rápido. Numa semana, praticamente 80% da questão foi resolvida em termos de materialidade e autoria. Resta agora continuar essa investigação. Posso dizer que o governo federal cumpriu sua obrigação desde o primeiro momento."