Hugo Motta (Republicanos-PB) teve a segunda maior votação em uma eleição para presidente da Câmara, atrás apenas do antecessor Arthur Lira (PP-AL). Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
O deputado
Hugo Motta (Republicanos-PB) foi declarado vencedor nas eleições para a presidência da
Câmara dos Deputados, com 444 votos. Com isso, ele se torna o segundo deputado com maior votação na história da Casa em valor absoluto desde a redemocratização, e quinto em proporção de votos. Em segundo lugar ficou
Marcel van Hattem (Novo-RS) com
31, e em terceiro o candidato
Henrique Vieira (Psol-RJ), com 22 eleitores.
Líder do
Republicanos, Hugo Motta foi o nome indicado pelo presidente
Arthur Lira (PP-AL) para ser seu sucessor. Sua trajetória, iniciada em 2011, foi marcada por aproximação com os dois lados do espectro político: ele foi base tanto de Dilma Rousseff e Lula quanto de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Com isso, sua base de apoio recebeu correntes diversas, incluindo o PT e o PL.
Aos 36 anos de idade, Motta é o presidente mais jovem na história da Câmara dos Deputados, superando Luís Eduardo Magalhães, que assumiu a cadeira aos 39 anos em 1995. Ele é também o mais governista entre os três candidatos: conforme os dados do Radar do Congresso, ele acompanhou a orientação do governo em 88% das votações em Plenário na atual legislatura. Henrique Vieira acompanhou em 82%, e van Hattem em 21%.
Em seu pronunciamento de abertura das eleições, Hugo Motta ressaltou a postura de intermediário entre as diferentes correntes partidárias da Câmara dos Deputados. "Caberá a mim, se puder receber a confiança de Vossas Excelências, ser aquele que mais vai ouvir, o que ficará mais rouco, que mais receberá a pancada dos ventos da nossa democracia. E reafirmo: Diálogo, diálogo inesgotável, é a melhor forma para encontrarmos o caminho melhor", declarou. Confira a
íntegra de seu discurso.
Confira quantos votos cada presidente da Câmara recebeu desde a redemocratização:
Votos |
Deputado |
BIÊNIO |
464 (91%) |
Arthur Lira (PP-AL) |
2023-2024 |
444 (86%) |
Hugo Motta (Republicanos-PB) |
2025-2026 |
434 (96%) |
Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) [Sem concorrência] |
1991-1992 |
434 (90%) |
João Paulo (PT-SP) [Sem concorrência] |
2003-2004 |
422 (87%) |
Michel Temer (PMDB-SP) [Sem concorrência] |
1999-2000 |
384 (77%) |
Luís Eduardo (PFL-BA) |
1995-1996 |
375 (74%) |
Marco Maia (PT-RS) |
2011-2012 |
334 (65%) |
Rodrigo Maia (DEM-RJ) |
2019-2020 |
311 (63%) |
Inocêncio Oliveira (PFL-PE) |
1993-1994 |
299 (63%) |
Ulysses Guimarães (PMDB-SP) |
1987-1988 |
285 (62%) |
Rodrigo Maia (DEM-RJ) |
2015-2016 |
300 (61%) |
Severino Cavalcanti (PP-PE) [Dois turnos] |
2005-2006 |
304 (60%) |
Michel Temer (PMDB-SP) |
2009-2010 |
302 (60%) |
Arthur Lira (PP-AL) |
2021-2022 |
293 (58%) |
Rodrigo Maia (DEM-RJ) |
2017-2018 |
283 (56%) |
Aécio Neves (PSDB-MG) |
2001-2002 |
271 (55%) |
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) |
2013-2014 |
252 (53%) |
Paes de Andrade (PMDB-CE) |
1989-1990 |
245 (53%) |
Ulysses Guimarães (PMDB-SP) |
1985-1986 |
224 (53%) |
Nelson Marchezan (PDS-RS) |
1981-1982 |
267 (52%) |
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) (³) |
2015-2016 |
261 (51%) |
Arlindo Chinaglia (PT-SP) [Dois turnos] |
2007-2008 |
258 (51%) |
Aldo Rebelo (PCdoB-SP) |
2005-2006 |
257 (51%) |
Michel Temer (PMDB-SP) |
1997-1998 |