O advogado Paulo Renato Garcia Cintra Pinto, que defende o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) nas acusações de golpe de Estado que também envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro, disse que a denúncia contra seu cliente tem indícios "extremamente tímidos, singelos". Na sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que avalia se Ramagem vai se tornar réu junto com Bolsonaro e mais seus acusados, o advogado afirmou que Ramagem deixou a gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para fazer campanha em 2022, antes que a operação para um golpe de Estado apontada pela PGR ganhasse tração.
O advogado Paulo Cintra Pinto, defensor de Alexandre RamagemAntonio Augusto/STF
Eis os argumentos da defesa de Ramagem:
- As três mensagens de texto mostradas pela Polícia Federal como provas de construção de mensagem sobre as urnas são indícios extremamente tímidos, singelos, segundo o advogado. Segundo ele, os arquivos não trazem talgo novo, algo inédito, algo criativo, são mais do mesmo.
- O advogado também diz que as acusações de criação de uma Abin paralela não consideram que Ramagem mandou descontinuar o uso do aplicativo First Mile, apontado pela acusação como ferramenta de espionagem, quando chefiava a organização. Também diz que, durante sua gestão, Ramagem iniciou procedimentos administrativos para aferir a regulabilidade do uso do programa.
- O advogado também diz que Ramagem deixou a chefia da Abin em março de 2022 para organizar sua campanha eleitoral para deputado: Foi uma campanha dura, e Alexandre Ramagem foi eleito. Comenta ainda que as investigações apontam que a suposta operação de golpe de Estado recrudesceu a partir de julho de 2022, o que não bate com a gestão de Ramagem na Abin.
- Cintra Pinto diz ainda que a delação de Mauro Cid não deu "relevo algum à participação de Ramagem na organização" de um golpe de Estado.
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