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MEIO AMBIENTE
Congresso em Foco
12/5/2025 14:12
O Brasil registrou uma queda de 14% no desmatamento da Mata Atlântica em 2024, de acordo com novo relatório divulgado nesta segunda-feira (12) pela Fundação SOS Mata Atlântica. Apesar da redução, a organização alerta que a pressão sobre o bioma permanece crítica, impulsionada principalmente pela expansão da agropecuária em terras privadas e por eventos climáticos extremos.
O levantamento reúne dados do Atlas da Mata Atlântica, feito em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), e do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) da rede MapBiomas. Os dois sistemas registraram, ao todo, 71.109 hectares desmatados em 2024, ante 82.531 hectares no ano anterior.
O número de alertas caiu de 7.396 para 5.693, mas o tamanho médio das áreas desmatadas aumentou de 11,2 para 12,5 hectares, o que aponta para desmatamentos mais extensos e concentrados. O Atlas, que foca em fragmentos de mata madura com mais de 3 hectares, detectou uma redução modesta de 2%: de 14.697 hectares para 14.366 hectares.
Matas maduras e emissões de carbono
O desmatamento em áreas de mata madura gerou cerca de 6,87 milhões de toneladas de CO equivalente em emissões volume comparável ao das emissões anuais do Distrito Federal ou de países como Camarões. Matas maduras são áreas de vegetação nativa com longo tempo de regeneração, alta biodiversidade e estrutura florestal bem desenvolvida.
Segundo o diretor-executivo da SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto, apesar da redução percentual, o ritmo de perdas continua elevado: "O desmatamento ainda representa uma grande ameaça para o futuro da Mata Atlântica. E esse é também o futuro de todos nós, já que o bioma abriga cerca de 70% da população brasileira e sustenta mais de 80% do PIB nacional."
Piauí e Bahia lideram ranking
O Piauí e a Bahia foram os estados com maior área desmatada, segundo os dados do SAD. O Piauí viu um aumento de 44%, atingindo 26.030 hectares. Já a Bahia, embora tenha registrado uma queda geral de 37%, quase dobrou a destruição de matas maduras, que passaram de 2.456 para 4.717 hectares alta de 92%.
Outros estados com histórico de grandes perdas, como Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, mantiveram a tendência de queda observada nos anos anteriores.
Impacto das chuvas e eventos extremos
O Rio Grande do Sul teve 3.307 hectares desmatados em 2024, impulsionados principalmente pelas chuvas e deslizamentos ocorridos em abril e maio. Esses eventos, classificados como desastres naturais, também afetaram áreas protegidas em São Paulo e no Rio de Janeiro, mostrando a vulnerabilidade das Unidades de Conservação às mudanças climáticas.
A expansão da agropecuária em áreas privadas foi o principal vetor de desmatamento em 2024. Mais de 70% das áreas desmatadas estavam em propriedades privadas ou terrenos sem registro fundiário. O estudo ressalta a necessidade de maior transparência nos dados estaduais de autorização de supressão vegetal e de fortalecimento dos sistemas de monitoramento para combater os desmatamentos em larga escala.
Com vegetação original reduzida a cerca de 12% de sua extensão, a Mata Atlântica segue sendo um dos biomas mais ameaçados do país. Além de sua importância ambiental, ela é crucial para a qualidade de vida de milhões de brasileiros.
A SOS Mata Atlântica destaca que proteger o bioma é proteger a economia, a segurança hídrica e alimentar e o equilíbrio climático do Brasil.
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