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Tarifas
Congresso em Foco
15/8/2025 9:32
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, declarou na quinta-feira (14), em São Paulo, que o governo brasileiro continuará a buscar a redução das tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às exportações do Brasil.
Contudo, ele enfatizou que o país não abrirá mão de sua soberania. "O primeiro ponto é garantir o diálogo, buscar a negociação. Em momento algum, por determinação do presidente Lula, a gente fechou o diálogo. A gente busca o diálogo na mesa de negociação. Agora, em hipótese alguma, vamos abrir mão da nossa soberania. Em hipótese alguma, por óbvio, vamos negociar aquilo que não é atribuição do Poder Executivo, como, por exemplo, intervenção no Poder Judiciário", afirmou.
Histórico
O aumento das tarifas faz parte de uma série de ações dos Estados Unidos para interferir no julgamento de Jair Bolsonaro e seus aliados, que tentaram reverter o resultado das eleições de 2022, culminando nos atentados de 8 de janeiro de 2023.
Trump também iniciou uma investigação comercial contra o Brasil e impôs sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que é relator do processo.
Na quarta-feira (13), o governo federal anunciou um pacote de medidas para apoiar o setor produtivo afetado pelo aumento das tarifas. O plano de apoio prevê R$30 bilhões em crédito e será viabilizado por meio de uma medida provisória denominada MP Brasil Soberano.
Segundo Fávaro, essas são apenas as "primeiras medidas" adotadas pelo governo federal para tentar mitigar os efeitos do aumento das tarifas impostas por Trump às exportações brasileiras. "E, certamente, vamos precisar de novas medidas complementares pelas particularidades geradas", acrescentou o ministro.
"O suco de laranja é algo que tinha um impacto gigante para os Estados Unidos, mas também para os produtores brasileiros. Foi retirada a tarifa. Mas não significa que desdobramentos do setor não vão precisar de correções. Por isso, as medidas anunciadas vão precisar de implementações, e estamos abertos a ouvir e continuar ouvindo os setores, para que possamos continuar tomando medidas de auxílio", explicou.
Entre as particularidades que necessitarão de medidas complementares, o ministro mencionou os setores cujas exportações são quase totalmente direcionadas ao mercado norte-americano. "Se uma indústria tiver, por exemplo, 80% a 90% de sua produção destinada para os Estados Unidos, essa indústria vai sofrer muito mais do que uma empresa que tenha destinado [aos Estados Unidos] 20% ou 30% da sua produção. Então, esses casos específicos terão um tratamento específico", disse o ministro, sem especificar quais medidas estão sendo estudadas como soluções para esses casos.
Enquanto isso, o governo continua a buscar a ampliação dos mercados para os exportadores brasileiros, destacou Fávaro. "Ainda ontem, batemos todos os recordes. Nunca, na história do Brasil, abriu-se tanto mercado para a agropecuária brasileira. Chegamos ao número de 400 novos mercados", celebrou. "A determinação do presidente Lula, em função deste momento, é para que intensifiquemos ainda mais a busca de novos mercados, e isso vamos fazer".
Além disso, o governo planeja implementar um programa de compras públicas para garantir apoio aos exportadores mais afetados, com medidas adicionais a linhas de crédito e isenção tributária. Esse seria o caso dos produtores de manga. "Por exemplo, vamos acrescentar mais manga na merenda escolar e pescados na merenda escolar e nas compras para as Forças Armadas. Tudo isso faz o consumo momentaneamente suprir a demanda daquilo que era destinado para os Estados Unidos", explicou o ministro.
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