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SENADO

O que pode mudar no impeachment de ministros do STF e do presidente

Projeto que pode ser votado na quarta-feira moderniza a lei do impeachment, define regras para denúncias e amplia o conjunto de autoridades passíveis de responsabilização.

Congresso em Foco

6/12/2025 9:00

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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), decidiu acelerar a tramitação do projeto de lei 1.388/2023, que reformula integralmente a legislação sobre crimes de responsabilidade e processos de impeachment no Brasil. Parada há dois anos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a proposta voltou ao centro do debate após a liminar do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que restringiu exclusivamente à Procuradoria-Geral da República (PGR) a prerrogativa de apresentar pedidos de impeachment contra ministros da Corte.

A decisão foi interpretada no Senado como uma redução das prerrogativas constitucionais do Legislativo e como a exclusão da sociedade civil — incluindo parlamentares — do controle político sobre autoridades de alta hierarquia. Em reação, Alcolumbre cobrou do relator, senador Weverton Rocha (PDT-MA), a entrega de seu parecer, que deve ser apresentado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na próxima quarta-feira (10).

Veja o projeto de lei 1.388/2023.

Se avançar, o projeto representará a maior atualização da legislação de impeachment desde a Lei 1.079/1950, considerada ultrapassada diante da estrutura institucional criada pela Constituição de 1988. A liminar de Gilmar funcionou como catalisador político, desagradando a setores do governo e da oposição.

Davi Alcolumbre se irritou com liminar de Gilmar Mendes que limitou pedidos de impeachment de ministros do STF.

Davi Alcolumbre se irritou com liminar de Gilmar Mendes que limitou pedidos de impeachment de ministros do STF.Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Evolução do sistema constitucional

O texto foi elaborado por uma comissão de juristas presidida pelo então ministro do STF Ricardo Lewandowski, a pedido do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que assumiu a autoria formal do projeto. Para Pacheco, a lei de 1950 deixou de acompanhar a evolução do sistema constitucional brasileiro.

"A lei de 1950 não responde às exigências institucionais atuais. Tanto assim que, nos impeachments presidenciais, o STF precisou fixar um rito inexistente na legislação, à luz da Constituição e das práticas parlamentares", afirmou Pacheco na justificativa da proposta.

A seguir, o Congresso em Foco destrincha as principais mudanças previstas na proposta — especialmente para ministros do STF e para o presidente da República. O texto ainda pode sofrer alterações pelo relator.


O que muda com o projeto de lei 1.388/2023

Ampliação e organização das autoridades sujeitas a impeachment

O projeto atualiza, detalha e moderniza a lista de autoridades que podem responder por crime de responsabilidade, hoje dispersa e incompleta. Entre elas:

  • presidente e vice-presidente da República;
  • ministros de Estado;
  • comandantes das Forças Armadas (previsão inexistente na lei atual);
  • ministros do STF (com tipos específicos de infração);
  • ministros do STJ, TST, TSE e STM;
  • procurador-geral da República;
  • advogado-geral da União;
  • membros do CNJ e CNMP;
  • governadores, vice-governadores e secretários estaduais.

O que muda em relação à lei atual

  • a legislação de 1950 não tipifica condutas de comandantes militares;
  • não contempla CNJ e CNMP;
  • trata ministros do STF de forma genérica;
  • não detalha autoridades jurídicas de cúpula;
  • deixa indefinido o alcance dos processos nos estados.

O projeto, segundo Pacheco, busca superar essas lacunas "com regras homogêneas, claras e compatíveis com o desenho institucional da Constituição de 1988".


Impeachment de ministros do STF: as principais mudanças

A parte mais sensível do projeto ganhou relevância após a liminar de Gilmar Mendes. O texto propõe o modelo mais estruturado já elaborado para responsabilização de integrantes da Suprema Corte.

O que prevê projeto de Rodrigo Pacheco.

O que prevê projeto de Rodrigo Pacheco.Arte Congresso em Foco

1. Tipificação específica e moderna

Passam a ser consideradas infrações:

  • interferência indevida em processos ou investigações;
  • participação em julgamento estando impedido ou suspeito;
  • advocacia administrativa;
  • condutas político-partidárias;
  • abuso de poder ou desvio funcional.

Ao mesmo tempo, o projeto protege a independência judicial:

  • votos, decisões, interpretações constitucionais e divergências jurídicas não podem fundamentar um pedido de impeachment.

2. Filtros rigorosos contra denúncias infundadas

Ao contrário da liminar de Gilmar, a proposta mantém a legitimidade de cidadãos, entidades e parlamentares, mas exige:

  • descrição minuciosa dos fatos;
  • provas ou indícios mínimos;
  • documentos anexos;
  • lista de testemunhas.

Denúncias abusivas são rejeitadas imediatamente e encaminhadas ao Ministério Público.

3. Rito estruturado e prazos definidos

O projeto cria um procedimento completo, inexistente na lei atual:

  • 5 dias para corrigir falhas;
  • 30 dias para defesa prévia;
  • 15 dias para indicação de testemunhas;
  • 30 + 30 dias para produção de provas;
  • 10 dias para alegações finais de cada parte;
  • 10 dias para o relatório final.

4. Limite para afastamento

Hoje, ministros podem ser suspensos por tempo indefinido.

O projeto estabelece:

  • afastamento máximo de 180 dias;
  • retorno automático se o julgamento não for concluído.


Impeachment do presidente da República: mudanças essenciais

O projeto também atualiza profundamente os crimes de responsabilidade presidenciais, tornando-os mais compatíveis com a Constituição de 1988.

Novas condutas incluem:

  • atentados à soberania;
  • uso indevido das Forças Armadas;
  • violação grave das normas orçamentárias;
  • sabotagem a órgãos de controle;
  • corrupção grave;
  • atos contra o regime democrático.
  • O que prevê projeto de Rodrigo Pacheco.
    O que prevê projeto de Rodrigo Pacheco.Arte Congresso em Foco

Filtros para denúncias

Cidadãos e entidades continuam podendo denunciar, desde que cumpram requisitos formais, com apresentação de provas mínimas.

A Câmara mantém o quórum de 2/3 para autorizar a abertura do processo.

Afastamento limitado

O afastamento do presidente segue a mesma lógica dos ministros: até 180 dias, com retorno automático.


Por que o projeto mexe no equilíbrio entre os Poderes

Segundo Rodrigo Pacheco, a proposta:

  • moderniza o conceito de crime de responsabilidade;
  • fecha lacunas deixadas pela lei de 1950;
  • reduz o poder discricionário do presidente do Senado;
  • amplia e uniformiza a responsabilização de autoridades de cúpula;
  • protege a independência judicial sem criar blindagens absolutas;
  • reforça o papel constitucional do Congresso como tribunal político.

A tensão entre Legislativo e Judiciário aumentou após Gilmar negar o pedido da Advocacia-Geral da União para revisar sua própria liminar. O ministro argumentou que o modelo atual de denúncias é incompatível com a separação dos Poderes e que o impeachment não pode ser instrumento de intimidação.

Como mostrou o Congresso em Foco, a liminar afeta diretamente ao menos 68 pedidos hoje ativos no Senado, todos apresentados por cidadãos ou parlamentares — que deixam de ser válidos caso a decisão seja confirmada pelo plenário do STF.

Em plenário, Alcolumbre rebateu: "A Lei 1.079 garante a qualquer cidadão o direito de propor processo por crime de responsabilidade. Eventuais abusos não justificam sua anulação por decisão judicial". Se aprovado na CCJ e no Plenário do Senado, o projeto seguirá para a Câmara, onde poderá redefinir o sistema de responsabilização política no Brasil.

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