Alcolumbre critica queixas sobre rito da indicação de Messias

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), se manifestou em plenário nesta quarta-feira (3) a respeito das críticas de aliados do governo à forma como conduziu até o momento a indicação de Jorge Messias ao STF, adiada por tempo indeterminado. O congressista relatou ter sido alvo recorrente de "agressões" e "ataques" ao longo do processo, e negou que tenha tentado invadir uma prerrogativa do Executivo.

"Eu me deparo todos os dias com muitas agressões, muitos ataques e muitas ofensas, por um único motivo: pelo motivo de defender as prerrogativas do Senado Federal, assim como Sua Excelência, o presidente da república, tem as suas prerrogativas", disse o senador.

Confira sua fala:

A indicação de Jorge Messias, na segunda quinzena de novembro, criou uma crise na relação entre o Senado e o governo. O candidato de Lula é preterido pelos senadores, que já acenavam antes a preferência pelo ex-presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Após a publicação da indicação no Diário Oficial, Alcolumbre elaborou um calendário junto ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Otto Alencar (PSD-BA), para que a sabatina de Messias fosse realizada no dia 10. O governo considerou a data insuficiente para o candidato formar sua base de apoio, e interpretou a definição da data como uma tentativa de impedir a aprovação do ministro.

Em resposta, o Executivo reteve a mensagem presidencial que abre o rito, decisão que levou o Senado a cancelar o cronograma. Alcolumbre negou que tenha tentado atropelar o processo ou interferir na indicação.

"Até hoje, algumas autoridades insistem a dizer que o presidente do Senado Federal está usurpando as prerrogativas do presidente quando quer indicar uma vaga para o STF. É inacreditável a capacidade das pessoas de mentir em relação a decisões institucionais tomadas por um chefe de poder", desabafou.