Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
SENADO
Congresso em Foco
19/5/2025 | Atualizado às 14:38
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado deve votar, na próxima quarta-feira (21), a proposta de emenda à Constituição (PEC 12/2022) que acaba com a reeleição para presidente, governador e prefeito. A PEC também prevê eleições unificadas a partir de 2034 e amplia os mandatos de parlamentares e chefes do Executivo nos três níveis.
A proposta uniformiza a duração dos mandatos em cinco anos para todos os cargos do Executivo e do Legislativo. No caso do Senado, os mandatos passam a ser de dez anos, com renovação alternada a cada cinco anos. Atualmente, os senadores são eleitos para mandatos de oito anos, com eleições parciais a cada quatro anos.
A medida também amplia os mandatos de deputados federais, estaduais e distritais, bem como de vereadores, atualmente fixados em quatro anos. O relator defende que a mudança assegura mais tempo para o planejamento e a execução de políticas públicas, além de reduzir a frequência de disputas eleitorais.
Argumentos do relator
Segundo o relator, senador Marcelo Castro (MDB-PI), a proposta trará economia aos cofres públicos, maior previsibilidade política e fortalecimento do processo democrático. Se aprovada pela CCJ, a PEC será analisada pelo plenário do Senado.
O texto proíbe expressamente a reeleição para presidente, governadores e prefeitos. A vedação também se estende a quem tiver exercido o cargo nos seis meses anteriores ao pleito, mesmo que como substituto. Para o relator, a experiência de quase três décadas com a reeleição permitida desde 1997 não correspondeu às expectativas de aprimorar a qualidade da gestão pública.
Segundo o parecer, a possibilidade de recondução ao cargo estimulou práticas de curto prazo, com foco em agendas eleitoreiras, em detrimento de políticas estruturantes e de longo alcance. Marcelo Castro argumenta que a mudança busca renovar o quadro político e reduzir o uso da máquina pública para fins eleitorais.
Transição gradual
Para viabilizar a unificação eleitoral sem atropelar os direitos políticos adquiridos, a proposta estabelece um cronograma de transição. Prefeitos e vereadores eleitos em 2028 terão mandatos de seis anos, e os eleitos em 2034, de cinco. O mesmo vale para deputados e senadores, cujos mandatos serão ampliados gradualmente até a implementação completa do novo sistema.
A transição também preserva o direito à reeleição dos ocupantes de cargos executivos eleitos em 2024 e 2026, desde que não tenham exercido o mandato no período imediatamente anterior.
Economia e previsibilidade
Um dos principais argumentos a favor da unificação é a redução de gastos. A realização de eleições a cada dois anos exige mobilização constante de recursos logísticos, financeiros e humanos. De acordo com o relator, com todas as votações concentradas em um único pleito, a expectativa é de economia significativa para os cofres públicos tanto na organização das eleições quanto no financiamento das campanhas.
O texto também destaca o ganho em previsibilidade institucional. Segundo Marcelo Castro, um calendário eleitoral fixo, com mandatos definidos em cinco anos, trará maior estabilidade para governantes, opositores, eleitores, movimentos sociais e agentes econômicos, permitindo planejamentos mais sólidos e avaliações mais consistentes.
Críticas e contrapontos
Entre as objeções levantadas, está o receio de que os eleitores misturem temas nacionais com questões locais na hora do voto por exemplo, confundindo decisões sobre políticas macroeconômicas com obras de pavimentação. O relator rebate esse argumento, afirmando que o eleitor brasileiro é plenamente capaz de distinguir as diferentes esferas do poder público e tomar decisões conscientes.
Como se trata de uma proposta de emenda à Constituição, a PEC precisa ser aprovada em dois turnos no plenário do Senado e, em seguida, enviada à Câmara dos Deputados, onde também deverá passar por dois turnos de votação. Em todas as etapas, é necessário o apoio de, no mínimo, três quintos dos parlamentares (49 senadores e 308 deputados).
CRISE ENTRE PODERES
Constitucionalistas apontam validade da derrubada do IOF por Congresso
LIBERDADE RELIGIOSA
Projeto na Câmara busca regulamentar gravação de cultos religiosos
JORNADA DE TRABALHO
Deputados do PT propõem jornada semanal de 36h sem corte de salário