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ESPÓLIO ELEITORAL
Congresso em Foco
30/5/2025 10:12
Condenada a dez anos de prisão e inelegível, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) já articula formas de manter sua influência política. Nessa quinta-feira (29), ela anunciou que sua mãe, Rita Zambelli, será pré-candidata a deputada federal em 2026 e que seu filho, atualmente com 17 anos, será lançado como candidato à Câmara Municipal de São Paulo em 2028.
Além disso, Zambelli transferiu oficialmente a titularidade de suas redes sociais para a mãe, com o argumento de que poderá ser silenciada caso sua inelegibilidade se confirme. A deputada já teve suas redes bloqueadas pelo Supremo Tribunal Federal anteriormente. O nome de Rita aparece nos perfis da deputada. Apenas no Instagram Zambelli tem 3,7 milhões de seguidores.
"Sim, fiz essa transferência porque, caso se confirme minha inelegibilidade, há o risco real de que tentem me silenciar, inclusive nas redes. E, como minha mãe sempre foi ativa, firme e atuante, tomei essa decisão de forma transparente, responsável e absolutamente legítima", justificou a deputada. "Minha mãe é minha candidata a deputada federal no próximo ano, justamente para ar continuidade a essa luta que é de toda a nossa família", afirmou em comunicado.
No mesmo tom, anunciou que o filho, João Hélio Salgado Neto, hoje menor de idade, será candidato a vereador em São Paulo na eleição municipal de 2028. "Meu filho também dará seguimento a esse legado, assegurando que minha luta não seja esquecida, caso, de fato, eu venha a ser calada pelo sistema."
A parlamentar ainda articula a reeleição do irmão, o deputado estadual Bruno Zambelli (PL), para a Assembleia Legislativa paulista.
As acusações que levaram à condenação
Em 14 de maio de 2025, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal condenou a deputada, por unanimidade, a 10 anos de prisão pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli foi a autora intelectual da invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O objetivo seria forjar falsos mandados de prisão e alvarás de soltura, inclusive contra o ministro Alexandre de Moraes.
O ataque foi executado pelo hacker Walter Delgatti Neto, que afirmou ter agido a mando da deputada. Ele foi condenado a oito anos e três meses de prisão. Zambelli e Delgatti também foram sentenciados a pagar uma indenização de R$ 2 milhões por danos materiais e morais coletivos.
Além disso, em 30 de janeiro de 2025, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) cassou o mandato de Zambelli por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, após divulgação de informações falsas durante o processo eleitoral de 2022. Por esses motivos, a parlamentar está inelegível por oito anos após o cumprimento da pena, além de estar submetida à perda do mandato, que será formalizada pela Câmara dos Deputados após o esgotamento dos recursos.
Recurso
Na tentativa de reverter sua situação, Zambelli apresentou um recurso ao STF contestando a condenação. Sua defesa alega cerceamento de defesa e pediu revisão das penas e das multas que somam cerca de R$ 4,8 milhões.
A deputada lançou uma campanha de arrecadação via Pix, alegando que foi condenada por lutar pelas liberdades e sem ter cometido crime. Paralelamente, a defesa também estuda a possibilidade de solicitar que Zambelli cumpra a pena em prisão domiciliar, alegando problemas de saúde. "Eu não sobreviveria na cadeia", disse ela.
Zambelli também enfrenta um segundo processo no STF, relacionado ao episódio em que sacou uma arma de fogo e perseguiu o jornalista Luan Araújo às vésperas do segundo turno das eleições de 2022, em São Paulo. Neste caso, há um placar de seis votos a zero pela condenação da deputada a cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto, mas o julgamento foi suspenso após pedido de vista do ministro Nunes Marques.
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