Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
JUDICIÁRIO
Congresso em Foco
15/5/2025 17:55
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) declarou nesta quarta-feira (15) que não resistiria a uma eventual prisão, após ser condenada a 10 anos de reclusão por envolvimento em ataques aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para inserir documentos falsos. Em entrevista coletiva, Zambelli negou participação no caso, culpou o hacker Walter Delgatti Neto e informou que vai recorrer da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Eu não me vejo capaz de ser cuidada da forma como eu tenho que ser cuidada", disse, referindo-se a problemas de saúde. "Meus médicos são unânimes em dizer que eu não sobreviveria na cadeia".
A condenação foi unânime entre os ministros da 1ª Turma do STF. Zambelli foi considerada culpada pelos crimes de invasão qualificada de dispositivo informático e falsidade ideológica. Segundo o relator, ministro Alexandre de Moraes, a parlamentar "arregimentou o executor dos delitos, Walter Delgatti, mediante promessa de benefícios, com o objetivo de gerar ambiente de desmoralização da Justiça Brasileira".
Na coletiva, Zambelli criticou a modalidade do julgamento: "É absolutamente inaceitável que o julgamento tenha sido procedido de forma virtual", pontuou seu advogado. Para a defesa, isso cerceou o direito ao contraditório.
A parlamentar, no entanto, reiterou que não houve ligação entre ela e os crimes, e questionou a credibilidade de Delgatti: "O hacker Walter Delgatti deu seis versões diferentes. A própria Polícia Federal o classificou como mitômano".
Zambelli alega sofrer de síndrome de Ehlers-Danlos e síndrome de taquicardia postural ortostática, além de ter passado por cirurgia no coração. Também ressaltou ser vítima de depressão: "Quando a depressão pega de vez, é complicado".
A parlamentar disse ter sido alvo de perseguição por suas posições políticas. "Quando Lula ganha eleição, eu sou a primeira a dizer que faria oposição ferrenha ao governo. E aí eu ganho dez anos de prisão por uma prova que não existe", protestou. Também afirmou que a condenação foi acelerada: "A gente apresentou a defesa dia 7 de abril. No dia 9 de maio já foi o julgamento. Estão acelerando bastante, no meu caso".
Segundo ela, "mais de 200 parlamentares" teriam manifestado apoio em conversas privadas, e há articulação para apresentar na Câmara um pedido de suspensão da ação penal. "O processo ainda não acabou, (...) vamos continuar lutando".
Apesar da condenação e do risco de inelegibilidade, Zambelli demonstrou intenção de seguir na política: "Eu gostaria de participar da política, acho que ainda tenho muito a contribuir".
Temas
LEIA MAIS
MANOBRA NA CÂMARA
Bolsonaristas querem revogar crimes de golpe e ataque à democracia