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ESTADOS UNIDOS

Bilhões, escândalos e traição: por que Trump e Musk romperam

De aliados estratégicos a inimigos declarados, a crise entre Trump e Musk virou o novo epicentro da política americana.

Congresso em Foco

6/6/2025 9:01

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Musk e Trump se cumprimentam em 30 de maio, dia em que o empresário deixou o governo.

Musk e Trump se cumprimentam em 30 de maio, dia em que o empresário deixou o governo. Molly Riley/Casa Branca

O que começou como uma parceria poderosa entre Donald Trump e Elon Musk, o presidente mais poderoso do mundo e um dos três homens mais ricos do planeta, se transformou em um conflito público de grandes proporções. Bilhões de dólares estão em jogo, e acusações graves também.

Os dois agendaram uma conversa por telefone nesta sexta-feira (6), que poderá acalmar os ânimos, ou tornar o confronto ainda mais explosivo.

Como começou a crise?

Nos últimos anos, o presidente dos Estados Unidos e o empresário sul-africano mantiveram uma relação de amizade e interesses mútuos. O bilionário chegou a investir US$ 300 milhões para ajudar na reeleição do republicano e ocupava um cargo especial no governo, com acesso direto à Casa Branca.

A relação começou a ruir com a aprovação do "One Big Beautiful Bill", o controverso projeto orçamentário de Trump. Além de promover cortes em programas sociais, a proposta elimina subsídios para veículos elétricos, o que afeta diretamente a Tesla, de Musk, e aumenta o déficit público dos EUA.

Musk reagiu publicamente, dizendo que o projeto criaria um déficit de US$ 2,5 trilhões e chamou a proposta de "abominação repugnante". Trump respondeu ameaçando cortar contratos federais com as empresas de Musk, como a Tesla e a SpaceX.

A escalada do conflito

A troca de ataques se intensificou nessa quinta-feira.

"A maneira mais fácil de economizar bilhões e bilhões de dólares em nosso Orçamento é encerrar os subsídios e contratos governamentais de Elon Musk. Sempre me surpreendi que Biden não tenha feito isso!", afirmou Trump, referindo-se às parcerias da administração federal com companhias como a SpaceX.

O presidente norte-americano também afirmou que "mandou Musk embora" do governo porque ele o estava "irritando". "Eu pedi para ele ir embora, tirei seu mandato dos carros elétricos que forçava todo mundo a comprar carros elétricos que ninguém mais queria (e ele sabia há meses que eu faria isso!), e ele simplesmente FICOU LOUCO!", escreveu.

Trump disse ainda estar "muito decepcionado" com Musk. O empresário respondeu no X: "Sem mim, Trump teria perdido a eleição. Quanta ingratidão."

Depois, Musk lançou uma acusação ainda mais pesada: disse que Trump estaria "nos arquivos de Epstein", referência ao caso do pedófilo condenado Jeffrey Epstein. O empresário sul-africano se refere a uma lista secreta de figuras poderosas envolvidas nos crimes de Epstein. Não há, até o momento, evidências concretas de que tal lista exista, como apontou a repórter investigativa Julie K. Brown, do Miami Herald, que há anos cobre o caso.

Além disso, Musk chegou a ameaçar suspender as cápsulas Dragon, que são essenciais para o programa espacial dos EUA, mas acabou recuando.

Por que isso é importante?

A crise entre Trump e Musk não é apenas uma briga de egos. Ela expõe um conflito mais profundo entre o setor corporativo de alta tecnologia e a nova agenda fiscal e política do governo Trump.

O projeto aprovado no Congresso inclui:

  • Cortes permanentes de impostos para grandes fortunas e setores informais;
  • Redução de programas sociais como Medicaid e SNAP, que atendem milhões de americanos;
  • Fim de incentivos à transição energética;
  • Mais bilhões para defesa e deportações de imigrantes sem documentos.

Analistas apontam que a proposta reforça desigualdades e agrava a dívida pública, além de consolidar uma agenda ideológica conservadora.

O que Musk tem a perder?

O império de Musk (Tesla, SpaceX, Starlink e outras empresas) depende de mais de US$ 38 bilhões em contratos com o governo dos EUA. A reação do mercado foi imediata: as ações da Tesla caíram 14% em um único dia, apagando cerca de US$ 150 bilhões em valor de mercado.

Além disso, o bilionário, que antes apoiava candidatos pró-Trump, agora ameaça financiar campanhas contra republicanos que votaram a favor do projeto: "Em novembro do ano que vem, demitiremos todos os políticos que traíram o povo americano", disse.

Segundo as últimas projeções da Bloomberg Billionaires Index e da Forbes, a fortuna de Musk gira em torno de US$ 210 bilhões a US$ 220 bilhões. Ele costuma disputar com Bernard Arnault (LVMH) e Jeff Bezos (Amazon) o posto de homem mais rico do mundo, a liderança muda conforme o mercado oscila.

Qual é o cenário agora?

A tensão segue alta. Trump afirma que Musk "conhecia todos os aspectos" do projeto e só passou a criticar após deixar o governo. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, declarou que o presidente não pretende recuar.

Analistas consideram que o rompimento era previsível, já que tanto Trump quanto Musk têm personalidades fortes e avessas à diplomacia.

Aliados de Trump passaram ao ataque. Steve Bannon, ex-estrategista da Casa Branca, declarou ao New York Times que o presidente deveria abrir uma investigação contra Musk e sugeriu que o sul-africano é "um estrangeiro ilegal" que deveria ser deportado.

Bannon também defendeu que os Estados Unidos cancelassem todos os contratos com Musk e até "tomassem a SpaceX". Musk reagiu chamando Bannon de "retardado" no X.

Agora, a pergunta que paira sobre Washington é: o telefonema desta sexta-feira servirá para reduzir a crise, ou para jogá-la ainda mais no centro da política americana?

(Com informações do Washington Post, da BBC e da Reuters)

Leia ainda: Big, beautiful e brutal, o orçamento MAGA 2025, por Gisele Agnelli

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