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TARIFAÇO DE TRUMP

Haddad sobre tarifas dos EUA: "Estamos longe do ponto de chegada"

Ministro vê tarifa dos EUA como "ponto de partida melhor do que o esperado" e confirma plano de apoio a setores afetados.

Congresso em Foco

31/7/2025 | Atualizado às 9:35

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quinta-feira (31) que o decreto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impõe uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, trouxe impactos menores do que o inicialmente previsto e abre uma nova fase nas negociações bilaterais.

"Estamos em um ponto de partida mais favorável do que se imaginava, mas longe do ponto de chegada. Há muita injustiça nas ações anunciadas ontem, há correções a serem feitas, há setores que foram afetados e não deveriam ser", afirmou Haddad a jornalistas na entrada do Ministério da Fazenda.

O decreto, assinado por Trump na quarta-feira (30), aplica uma tarifa adicional de 40% sobre as exportações brasileiras, somadas aos 10% que já vigoravam. O texto, contudo, também inclui uma lista de cerca de 700 exceções, o que surpreendeu positivamente o governo brasileiro.

Haddad: governo prepara medidas para contemplar setores mais afetados pela sobretaxação dos EUA.

Haddad: governo prepara medidas para contemplar setores mais afetados pela sobretaxação dos EUA.Mateus Bonomi/AGIF/Folhapress

Exceções aliviam parte da pressão

Segundo cálculos da Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio para o Brasil), cerca de 43% do valor total das exportações brasileiras aos EUA em 2024 não será afetado pela nova tarifa. Entre os itens preservados estão aeronaves, petróleo, derivados energéticos e alguns produtos agrícolas estratégicos para os Estados Unidos, como o suco de laranja.

Essa margem de proteção, embora parcial, é vista pelo governo como uma oportunidade de negociação e, ao mesmo tempo, um reconhecimento da interdependência econômica entre os dois países.

"Nunca saímos da mesa de negociação", disse Haddad. "Queremos discutir sobre tudo com os EUA."

Setores mais prejudicados

Apesar das exceções, os efeitos sobre parte do agronegócio e da indústria são considerados graves. Entre os setores que devem sentir impacto imediato estão os de carne bovina, frutas e café, que perderam competitividade frente a concorrentes internacionais no mercado americano.

"Há casos dramáticos entre os afetados", disse Haddad. "Estamos ampliando nossas exportações, mas procurando equilibrar entre os vários destinos, justamente para não ter dependência em nenhum bloco econômico."

O ministro alertou ainda que a medida também pode ter efeito reverso sobre o consumidor americano, que verá o preço de produtos básicos aumentar nos próximos meses: "Quem vai sofrer não é o consumidor brasileiro, é o consumidor americano".

Plano de contingência em preparação

Em resposta ao tarifaço, o governo brasileiro deve anunciar nos próximos dias um plano de apoio a setores atingidos, com foco na manutenção de empregos, na proteção da indústria e no amparo ao agronegócio.

Segundo Haddad, o plano já está sendo "calibrado" com base no decreto publicado pela Casa Branca, e será enviado à Casa Civil para aprovação.

Entre as medidas previstas estão:

  • Linhas de crédito específicas para exportadores prejudicados;
  • Apoio emergencial a empresas e produtores de segmentos mais vulneráveis;
  • Instrumentos de compensação para evitar demissões em cadeias afetadas;
  • Busca por novos mercados e reorganização das rotas comerciais brasileiras.

"Parte do nosso plano está sendo preparado e será apreciado nos próximos dias. É um plano de proteção à indústria brasileira e aos empregos", reforçou o ministro.

Nova rodada de negociações e possível ida a Washington

Haddad confirmou que a assessoria do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, já entrou em contato com o governo brasileiro para marcar uma nova rodada de conversas. Ele não descarta viajar a Washington ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin, desde que haja "uma agenda estruturada" com autoridades americanas.

"Vamos levar às autoridades americanas o nosso ponto de vista, e obviamente vamos recorrer às instâncias devidas, tanto nos EUA quanto em organismos internacionais", afirmou.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e o Itamaraty também estão envolvidos nas tratativas e na avaliação de contramedidas comerciais.

Sem citar nomes, Haddad atrelou as sanções à disseminação de desinformações por parte de brasileiros. "É muito diferente quando você tem força interna trabalhando contra os interesses do país. Isso fragiliza o brasil. Isso não está acontecendo com nenhum país no mundo. só com o Brasil", declarou, sem citar nomes. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem atuado com o governo Donald Trump para que o Brasil sofra sanções em retaliação ao processo que pode resultar na condenação de seu pai, Jair Bolsonaro, por tentativa de golpe.

Defesa do STF e crítica à pressão externa

Durante a coletiva, Haddad também saiu em defesa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que foi alvo de ataques no comunicado da Casa Branca e mencionado como justificativa para as sanções.

"A perseguição a ministros da Suprema Corte não é o caminho", afirmou o titular da Fazenda. "Somos uma das democracias mais consolidadas do mundo. Somos signatários de acordos internacionais, de tratados internacionais", acrescentou.

A fala ecoa a posição do presidente Lula, que tem reiterado que o Judiciário brasileiro é independente e que não aceitará ultimatos ou interferências externas.

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