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Congresso em Foco
6/8/2025 | Atualizado às 8:57
Entrou em vigor nesta quarta-feira (6) o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos ao Brasil, afetando de forma direta setores estratégicos da economia nacional. A medida foi oficializada pelo presidente norte-americano Donald Trump no fim de julho, sob alegação de "ameaça à segurança nacional dos EUA" - um argumento classificado por autoridades brasileiras como infundado e politicamente motivado.
Com os impactos já sentidos no mercado financeiro e nas exportações, o governo brasileiro se mobiliza para proteger a economia nacional. Um plano emergencial com até 30 medidas está em fase final de elaboração e será anunciado a qualquer momento. O Banco Central informou nessa terça-feira (5) que o tarifaço traz incertezas que tornam inviável, em um curto prazo, a redução da taxa de juros.
Como o Brasil está reagindo
Diante da gravidade da medida americana, uma força-tarefa coordenada pelos ministérios da Fazenda, Relações Exteriores, Desenvolvimento, Indústria e Comércio e a Casa Civil elaborou uma resposta estruturada, baseada em cinco frentes principais:
O governo pretende lançar empréstimos com juros reduzidos para empresas fortemente dependentes do mercado americano, com destaque para pescados, carnes, café e máquinas agrícolas.
O poder de compra do Estado poderá ser usado para absorver estoques excedentes e evitar demissões em massa, especialmente em regiões exportadoras.
Empresas como a Embraer poderão contar com financiamentos específicos via BNDES para manter sua capacidade produtiva e não perder competitividade global.
A diplomacia comercial brasileira intensificou negociações com China, União Europeia e Japão, buscando abrir novos destinos para produtos hoje voltados ao mercado americano.
O Brasil prepara uma resposta formal à Seção 301 da lei americana, com apresentação marcada para 18 de agosto, e não descarta acionar a OMC se as negociações não avançarem. A retaliação com tarifas recíprocas, permitida por lei aprovada em abril, segue como último recurso.
O que é o tarifaço e por que afeta tanto o Brasil
A sobretaxa eleva de 10% para 50% a tarifa sobre centenas de produtos brasileiros exportados aos EUA. A medida atinge itens de alto valor agregado e grande peso na balança comercial, como:
A Embaixada do Brasil em Washington estima que os setores afetados movimentam mais de US$ 9 bilhões por ano em exportações.
Tema | Situação atual |
Início da tarifa | 6 de agosto (quarta-feira) |
Alíquota total | 50% sobre produtos afetados |
Exportações mais atingidas | Café, carnes, pescados, frutas, máquinas agrícolas |
Produtos isentos | Suco de laranja, petróleo, aviões, minérios |
Medidas do governo | Crédito, compras públicas, apoio a empresas |
Diplomacia | Resposta em 18/08 e eventual ação na OMC |
Retaliação | Ainda descartada |
O que escapou da sobretaxa
Cerca de 700 produtos brasileiros foram isentos da tarifa, representando 43% do valor total exportado. Entre os principais itens poupados, estão:
Veja a lista dos produtos que escaparam do tarifaço
Essas isenções ocorreram, segundo os EUA, pela dependência americana desses produtos, e pela ausência de fornecedores alternativos.
Contexto político e reação do governo
A decisão de Trump foi tomada com base em motivações políticas, segundo o governo brasileiro, em represália à atuação do STF, especialmente do ministro Alexandre de Moraes, no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, classificou a medida como "chantagem política" e afirmou que o governo atuará com firmeza para proteger a economia e a soberania nacional.
"Não há justificativa técnica ou comercial para essas tarifas. É uma agressão à democracia e à soberania do Brasil", disse Gleisi. Segundo a ministra, o Brasil não cederá a "chantagem política".
Efeitos imediatos no mercado
Desde o anúncio da medida:
Analistas apontam que a medida pode pressionar a inflação, comprometer o crescimento do PIB e dificultar o equilíbrio das contas externas.
Essas exceções representam cerca de 43% das exportações brasileiras para os EUA, aproximadamente US$ 18,4 bilhões, segundo estimativas de associação de comércio bilateral.
Produtos afetados pelo tarifaço
Em contrapartida, setores estratégicos como café, carne bovina, pescados e frutas frescas não foram incluídos na lista de isenções e serão penalizados pela tarifa adicional de 50%.
Por que alguns produtos ficaram isentos?
As exceções foram justificadas pelo governo dos EUA com base na dependência interna desses produtos ou na falta de substitutos viáveis, como no caso do suco de laranja, onde a produção doméstica concentra-se na Flórida e tem sofrido perdas com pragas e clima adverso.
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