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CÂMARA DOS DEPUTADOS
Congresso em Foco
17/8/2025 7:00
A denúncia feita pelo youtuber Felipe Bressanim, o Felca, contra a sexualização e adultização de crianças por influenciadores digitais ecoou fortemente no plenário da Câmara. Ao longo da semana, ele foi citado 26 vezes por deputados de diferentes partidos. O caso mobilizou parlamentares tanto a defender mudanças na legislação quanto a criticar o governo por suposto uso político do episódio.
Os discursos sucedem o anúncio feito na noite de domingo (10), quando o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) agradeceu ao youtuber por expor o problema, e declarou que dedicaria esforços para avançar com propostas legislativas sobre o tema. Ao abrir a ordem do dia de terça (12), anunciou a criação de um grupo de trabalho, bem como a realização de uma comissão geral para que o tema fosse aprofundado com especialistas junto a todos os parlamentares.
Para aliados do Planalto, o momento exige ações duras contra plataformas digitais. O deputado Bacelar (PV-BA) afirmou que "as redes sociais no Brasil transformam inocência em mercadoria" e defendeu "responsabilizar quem lucra com a violência". Orlando Silva (PCdoB-SP) complementou: "as plataformas digitais precisam ser responsabilizadas por crimes cometidos na internet quando se omitem e não aplicam o dever de cuidado".
Entre os críticos ao governo, Otoni de Paula (MDB-RJ) acusou o Executivo de "usar a tragédia a que nossas crianças estão sendo submetidas para o seu proveito próprio" ao avançar com a construção da proposta de regulamentação das redes. André Fernandes (PL-CE) chegou a escrever um cordel, ironizando que "o vídeo do Felca foi a desculpa perfeita que o governo queria".
Outros deputados aproveitaram a oportunidade para defender propostas voltadas ao aumento de penas para crimes envolvendo menores de idade. "São crimes que merecem, no mínimo - se preciso, até alterando a Constituição - prisão perpétua. Não deve haver moleza para aqueles que não respeitam o ser humano, em especial as crianças", disse David Soares (União-SP).
Any Ortiz (Cidadania-RS) ressaltou que "a adultização e a pedofilia não são problemas restritos às redes sociais" e lamentou a resistência de parte da Câmara a propostas voltadas ao aumento de penas para crimes hediondos.
Apesar das diferenças, quase todos elogiaram a postura do youtuber. Com mais de 4 milhões de inscritos, Felca foi descrito como corajoso e responsável por expor práticas de exploração infantil que, embora já conhecidas, não recebiam atenção suficiente.
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