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ENTREVISTA EXCLUSIVA
Congresso em Foco
9/10/2025 | Atualizado às 13:25
O deputado Duarte Jr. (PSB-MA), vice-presidente da CPMI do INSS, afirmou em entrevista ao Congresso em Foco que a comissão precisa encontrar um rumo e evitar que as disputas políticas entre governo e oposição comprometam o principal objetivo: identificar e punir os responsáveis por um esquema bilionário de corrupção que atingiu aposentados, pensionistas e pessoas com deficiência em todo o país.
Segundo ele, há o risco de desvirtuamento dos trabalhos diante de um embate ideológico que se repete em cada reunião.
"Existem dois movimentos lá: o da base do governo contra o governo anterior e o da oposição contra o governo atual. Isso é péssimo, porque a CPMI não foi criada para fazer disputa partidária, mas para punir quem cometeu ilegalidades e devolver o dinheiro do povo", disse o parlamentar.
Assista a trecho da entrevista:
Falta de encaminhamento
Duarte Jr. criticou a falta de um encaminhamento claro das investigações e o descumprimento do plano de trabalho aprovado pela comissão. Segundo ele, as oitivas deveriam seguir uma ordem lógica - começando pelos ministros da Previdência que ocuparam o cargo entre 2015 e 2024.
Até agora, no entanto, apenas Carlos Lupi (governo Lula) e Ahmed Mohamad Oliveira (governo Bolsonaro) foram ouvidos. Outro ex-ministro de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni ainda não compareceu, embora sua convocação tenha sido aprovada em agosto.
Da mesma forma, nenhum presidente do INSS foi ouvido até o momento, o que o vice-presidente considera "um verdadeiro absurdo". Ele também questionou a decisão de ouvir o ex-sócio do advogado Nelson Williams, o empresário Fernando Cavalcanti, antes da chegada da quebra de sigilo, o que, segundo ele, inviabiliza um interrogatório eficaz. Cavalcanti foi ouvido pela comissão na última segunda-feira (6).
"Não tem como interrogar uma testemunha sem ter as informações em mãos. Dificilmente alguém vai chegar ali e confessar. Ou vai ficar calado, ou vai mentir - como já aconteceu, a ponto de termos que dar voz de prisão por falso testemunho", afirmou.
Corrupção sistêmica e risco de politização
O parlamentar maranhense destacou que o esquema de corrupção investigado não se restringe a um único governo, mas se estende pelos mandatos de Michel Temer, Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, a penetração dessa rede dentro da estrutura do INSS só foi possível com algum tipo de proteção política.
Duarte Jr. alertou ainda que a CPMI corre contra o tempo: o prazo para conclusão dos trabalhos vai até março de 2026, e apenas 10% das 113 convocações aprovadas foram realizadas até o momento. Ele defendeu mais critério nas oitivas e uma coordenação mais próxima entre os membros da comissão, o relator e o presidente, a fim de garantir resultados concretos.
"As pessoas estão acompanhando, elas não são bobas. Esse rombo do INSS atingiu milhares de brasileiros. Precisamos tirar essa narrativa de direita e esquerda da CPMI e dar um rumo efetivo ao trabalho", afirmou.
Otimismo com resultados
O deputado lembrou que, após o início da CPMI, a Polícia Federal conseguiu avançar nas investigações, prendendo um dos principais articuladores do esquema, o empresário Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", cerca de nove meses depois da abertura da apuração.
Apesar das dificuldades, Duarte Jr. afirmou que mantém otimismo em relação aos resultados da comissão.
Instalada em agosto, a CPMI do INSS investiga fraudes e desvios em empréstimos consignados e benefícios previdenciários, que teriam movimentado R$ 6 bilhões em prejuízos ao erário e causado danos diretos a aposentados e pensionistas. O caso envolve intermediários, servidores públicos e escritórios de advocacia, e vem sendo apurado também pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), entre outros órgãos de fiscalização e controle.
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