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Congresso perde prazo e Novo Código Eleitoral não valerá para 2026

Projeto com cerca de 900 artigos foi aprovado pela CCJ do Senado em 20 de agosto, mas não avançou no Plenário por falta de entendimento entre os senadores em relação a diversos pontos.

Congresso em Foco

13/10/2025 | Atualizado às 9:47

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O Congresso Nacional perdeu o prazo para aprovar e sancionar o Novo Código Eleitoral, que deveria ter sido concluído até 4 de outubro para valer já nas próximas eleições. O texto, relatado pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI) e aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, ficou parado por falta de acordo político e não chegou ao plenário. Com isso, o pleito de 2026 seguirá regido pelas regras atuais, incluindo as recentes alterações da Lei da Ficha Limpa. Pela legislação, a mudança nas regras precisa ser aprovada um ano antes da eleição.

O projeto, com cerca de 900 artigos, foi aprovado na CCJ em 20 de agosto, mas o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), não o pautou para votação. A tramitação emperrou após divergências entre governistas, oposição e bancada feminina sobre temas como o voto impresso, a participação de mulheres nas eleições e o prazo de inelegibilidade da Ficha Limpa.

Segundo interlocutores do Senado, líderes partidários chegaram a considerar a derrubada do voto impresso em plenário, mas não houve tempo hábil para costurar o acordo antes do prazo eleitoral.

Veja o relatório aprovado pela CCJ.

Voto impresso reacende disputa política

O ponto mais controverso do texto foi a aprovação de uma emenda do senador Esperidião Amin (PP-SC), que obriga a urna eletrônica a imprimir um comprovante do voto, depositado automaticamente em compartimento lacrado.

A medida foi celebrada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que desde 2018 questionam, sem provas, a segurança das urnas eletrônicas.

"É preciso pacificar o país. Se a população confia mais vendo o voto no papel, temos que dar essa resposta", defendeu o snador Carlos Portinho (PL-RJ).

O relator Marcelo Castro e senadores governistas reagiram, lembrando que não há registro de fraude comprovada em quase 30 anos de urnas eletrônicas. O STF já considerou o voto impresso inconstitucional por violar o sigilo do voto.

"Na eleição de 2024, foram mais de 400 mil candidatos e não há uma única ação judicial alegando fraude. O sistema é seguro", rebateu Castro.

Ficha Limpa e quarentena reduzida

Outra mudança polêmica do projeto é a alteração na Lei da Ficha Limpa, que redefine o marco da inelegibilidade. O prazo de oito anos passaria a contar a partir da condenação em órgão colegiado, e não mais após o cumprimento da pena, o que, na prática, encurta o tempo de inelegibilidade.

Críticos afirmam que a mudança enfraquece um dos principais instrumentos de combate à corrupção aprovados por iniciativa popular em 2010.

O texto também reduz a quarentena eleitoral para juízes, promotores, policiais e militares que desejem disputar eleições: o afastamento obrigatório cairia de dois para um ano.

Participação feminina dividiu o Senado

A bancada feminina conseguiu incluir, por destaque, a obrigatoriedade de 30% das candidaturas proporcionais para mulheres e a reserva de 20% das cadeiras legislativas para o público feminino pelos próximos 20 anos.

A proposta foi defendida pela senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO), mas gerou divergências internas.

"Congelar o percentual por duas décadas é um erro. A participação feminina deve aumentar, não ficar limitada", criticou a senadora Zenaide Maia (PSD-RN).

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, já se manifestou contra a reserva de vagas como mecanismo de inclusão, o que também contribuiu para travar o debate.

Fake news e financiamento de campanhas

O novo código reduz as penas para divulgação de fake news em campanhas eleitorais: de reclusão de 1 a 4 anos para detenção de 2 meses a 1 ano, além de multa.

O relator afirmou que buscou "evitar criminalizar críticas" e afastar riscos de censura. Plataformas digitais seriam obrigadas a publicar suas regras de moderação até junho do ano eleitoral.

Outra mudança permite que candidatos usem recursos próprios até 100% do teto de gastos, e não apenas 10%, como atualmente.

Críticas e alertas de retrocesso

Entidades como o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) divulgaram nota criticando o projeto.

Entre os pontos mais sensíveis, as entidades destacam:

  • Esvaziamento da Ficha Limpa, ao permitir candidaturas de condenados ainda cumprindo pena;
  • Maior dificuldade para punir compra de votos, com exigência de prova de nexo causal entre crime e resultado eleitoral;
  • Risco de enfraquecimento das cotas de gênero, ao permitir uso flexível dos recursos destinados às mulheres.
  • "Há um retrocesso democrático evidente. O texto reduz mecanismos de controle e transparência do processo eleitoral", diz o documento.

Para que o texto possa valer para as eleições de 2028, o texto precisa ser votado pelo Plenário do Senado e, posteriormente, pela Câmara.

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Marcelo Castro eleições 2026 novo código eleitoral eleições Senado

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