Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Economia
Congresso em Foco
15/10/2025 15:27
A Eletrobras informou nesta quarta-feira (15) que concluiu a venda da totalidade de sua participação na Eletronuclear para a Âmbar Energia, empresa do Grupo J&F, controlado pelos empresários Joesley e Wesley Batista.
Segundo comunicado ao mercado, a Âmbar pagará R$ 535 milhões pela participação societária. Além do valor principal, a compradora assumirá as garantias prestadas anteriormente pela Eletrobras em favor da Eletronuclear e ficará responsável pela integralização das debêntures firmadas com a União, no montante de R$ 2,4 bilhões.
Com a operação, a Âmbar passará a deter 68% do capital total e 35,3% do capital votante da Eletronuclear. A transação ainda depende de aprovação pelos órgãos reguladores competentes.
A Eletronuclear é controlada pela Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), estatal federal que detém 64,7% do capital votante e 32% do capital total. A companhia opera o Complexo Nuclear de Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro, composto pelas usinas Angra 1 (640 MW), Angra 2 (1.350 MW) e pelo projeto em desenvolvimento de Angra 3 (1.405 MW). Juntas, as três unidades têm potencial para gerar até 3.400 MW, volume suficiente para abastecer mais de 10 milhões de pessoas. A construção de Angra 3 está paralisada há cerca de 40 anos, e o governo ainda avalia se retomará as obras.
A Âmbar Energia integra o portfólio do Grupo J&F, que também controla empresas como JBS, PicPay e Eldorado Brasil. A companhia atua nos segmentos de geração, distribuição e comercialização de energia e possui 39 usinas com fontes variadas, incluindo solar, hidrelétricas, biodiesel, biomassa, biogás e gás natural.
Ao comentar a aquisição, o presidente da Âmbar, Marcelo Zanatta, afirmou que a energia nuclear combina "estabilidade, previsibilidade e baixas emissões de gases do efeito estufa, causadores do aquecimento global". Segundo ele, essas são "características fundamentais em um momento de descarbonização e de crescente demanda por eletricidade impulsionada pela inteligência artificial e pela digitalização da economia".
Zanatta também ressaltou que as usinas de Angra possuem fluxo estável de receitas e que a Eletronuclear registrou receita líquida de R$ 4,7 bilhões e lucro líquido de R$ 545 milhões em 2024. "Com esta aquisição, consolidamos o portfólio mais diversificado do setor elétrico brasileiro, combinando diferentes fontes para garantir segurança energética, sustentabilidade e competitividade", declarou em nota à imprensa.
Privatizada em 2022, a Eletrobras detém atualmente cerca de 22% da capacidade instalada de geração de energia no país. A companhia negocia a venda de sua participação na Eletronuclear desde 2023, com assessoria do banco BTG Pactual. Conforme balanço do segundo trimestre de 2025, o valor investido na operadora nuclear somava R$ 7,8 bilhões.
"A transação representa um marco importante para a Eletrobras e reforça o compromisso assumido com os seus acionistas e o mercado, de otimização de seu portfólio e alocação de capital, com foco na geração de valor e simplificação de sua estrutura conforme previsto em seu Plano Estratégico", afirmou a empresa no comunicado.
LEIA MAIS
TRANSPORTE GRATUITO
Empresas apoiam tarifa zero, mas cobram fonte segura de financiamento
TRANSPORTE GRATUITO
Apagão de dados dificulta cálculo do custo da Tarifa Zero no Brasil