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Pesquisa
Congresso em Foco
8/11/2025 13:00
O Supremo Tribunal Federal (STF) e o governo federal concentram as mensagens que mais se espalham em grupos públicos de WhatsApp no Brasil, segundo levantamento do Observatório Lupa. O estudo, divulgado nesta semana, analisou 244 mil mensagens únicas identificadas pela Meta como "encaminhadas com frequência", publicadas em 110 mil grupos públicos entre julho de 2024 e julho de 2025.
O WhatsApp, presente em 99% dos smartphones do país, foi descrito no relatório como a principal infraestrutura de comunicação brasileira - e também o espaço onde circulam informações falsas, discursos políticos e conteúdos de alto engajamento, como violência e apostas online.
STF no centro das mensagens virais
De acordo com o levantamento, o STF é o alvo mais recorrente entre as mensagens que alcançam maior número de compartilhamentos. Os conteúdos questionam decisões da Corte, sugerem motivações políticas de ministros e trazem ataques diretos a Alexandre de Moraes - frequentemente acusado de censura e abuso de poder - e a Gilmar Mendes.
O estudo também identificou publicações sobre a ADPF das Favelas, usadas em grupos como exemplo de suposta parcialidade judicial. Essas postagens, segundo a análise, exploram decisões do Tribunal para sustentar a ideia de interferência política do Judiciário.
Mensagens contra o governo federal
O governo federal aparece como o segundo principal foco das mensagens virais. O relatório mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT e a primeira-dama Janja da Silva são mencionados em conteúdos que retomam casos de corrupção de gestões anteriores e associam o partido a facções criminosas como PCC e Comando Vermelho.
Os pesquisadores também observaram distorções envolvendo programas sociais, especialmente o Bolsa Família, o Auxílio Reclusão e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), frequentemente usados em narrativas sobre supostos privilégios e fraudes.
Segundo a Lupa, as mensagens de maior alcance circulam predominantemente em grupos autodeclarados de direita, que são quase sete vezes mais numerosos que os de esquerda.
Temas cotidianos com viés político
A análise aponta que a politização se expandiu para temas fora da esfera institucional, atingindo áreas como educação, saúde e comportamento. Entre as distorções mapeadas, há conteúdos que criticam o Plano Nacional de Educação, associando-o à "doutrinação ideológica", e publicações que exaltam o regime militar de 1964.
A pandemia de Covid-19 segue sendo pauta recorrente, mesmo após anos do seu auge, com vídeos e áudios que questionam a eficácia das vacinas, defendem tratamentos sem comprovação científica e difundem teorias conspiratórias sobre laboratórios e governos estrangeiros.
O papel do WhatsApp e os desafios da desinformação
O relatório mostra que o WhatsApp se consolidou como a principal arena de debate público e político do país, abrigando tanto discussões legítimas quanto fluxos sistemáticos de desinformação. Além de mensagens políticas, a análise identificou alta circulação de conteúdos violentos, pornográficos e de apostas, que representaram cerca de 80% das mensagens virais coletadas.
Para a analista de conteúdo Beatriz Farrugia, autora do estudo, o desafio é entender o aplicativo como parte estruturante do ecossistema informacional brasileiro. "Retirar o WhatsApp da vida dos brasileiros é impensável. O caminho é aprofundar a pesquisa e compreender suas dinâmicas", afirmou.
Sobre o relatório
Intitulado "O Brasil do Zap", o estudo foi produzido pelo Observatório Lupa e reuniu dados de mais de 325 mil mensagens únicas trocadas em grupos públicos entre julho de 2024 e julho de 2025. O trabalho mapeia o que mais viraliza, os temas que geram pedidos de checagem e os principais vetores de desinformação no aplicativo.
Entre as conclusões, a Lupa aponta que o WhatsApp é hoje o principal canal de disseminação de desinformação política no país, e defende medidas de transparência, regulação e educação midiática para conter o impacto das mensagens falsas e compreender as dinâmicas de comunicação no "Brasil do Zap".
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