Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Mudança no CPP
Congresso em Foco
10/11/2025 17:00
O deputado Sidney Leite (PSD-AM) apresentou à Câmara dos Deputados o projeto de lei 5.637/2025, que propõe proibir a concessão de fiança a pessoas presas em flagrante durante depoimentos em comissões parlamentares de inquérito (CPIs). A proposta altera o artigo 323 do Código de Processo Penal (CPP) para incluir essa exceção expressa, com o objetivo de evitar que investigados detidos por crimes como falso testemunho sejam liberados mediante pagamento.
Segundo o texto, os autos da prisão em flagrante deverão ser encaminhados imediatamente ao juízo competente, que decidirá se converte a prisão em preventiva, aplica medidas cautelares alternativas ou concede liberdade. O parlamentar justifica que a medida busca reforçar a efetividade das CPIs e "evitar a sensação de impunidade" quando há flagrantes de crimes cometidos durante os depoimentos.
Prisões na CPMI do INSS motivaram o projeto
O projeto foi apresentado após uma série de episódios de prisão em flagrante por falso testemunho ocorridos durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, instalada para investigar fraudes em descontos de aposentados e pensionistas. Os investigados foram liberados após o pagamento de fiança, o que, segundo o autor, demonstraria a necessidade de mudança na lei.
Em 3 de novembro, o presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira, foi preso após o relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), afirmar que ele mentiu ao prestar depoimento. Lincoln negou conhecer um dos principais investigados, Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, mas depois admitiu vínculo com ele. O relator também apontou contradições sobre a atuação de outros membros da confederação e sobre transferências financeiras suspeitas, incluindo valores enviados à esposa de um ex-procurador do INSS.
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), concordou com o pedido de prisão e afirmou que o colegiado estava encerrando "um ciclo de impunidade" nas investigações sobre o sistema previdenciário.
Outro caso ocorreu em 29 de setembro, quando Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), foi preso após depor à CPMI. Ele foi acusado de mentir aos parlamentares ao negar envolvimento em fraudes e também foi liberado depois de pagar fiança de R$ 5 mil. A CPMI informou que a prisão foi motivada pelo crime de falso testemunho, e o senador Carlos Viana afirmou que Lopes "mentiu deliberadamente" ao colegiado.
Já em 23 de setembro, o economista Rubens Oliveira Costa também foi detido por falso testemunho durante depoimento à CPMI. Ele foi liberado após prestar esclarecimentos à Polícia Legislativa, sem pagamento de fiança. Os advogados de Costa alegaram que a prisão não chegou a ser homologada, em razão de um habeas corpus preventivo que já garantia sua liberdade.
Na justificativa do projeto, Sidney Leite diz que "as oitivas dos envolvidos tem revelado o pouco apreço dessas pessoas com a coisa pública, a pouca preocupação com as pessoas humildes que foram lesadas por eles".
"São debochados, fazem questão de ostentar a riqueza proveniente desses crimes. São presos, mas imediatamente pagam a fiança, levando consigo a fortuna proveniente do roube de pessoas humildes e deixando para a sociedade um tapa na cara inexplicável, verdadeira aberração do nosso sistema jurídico que exige urgente correção (!)."
Tags
Temas
SEGURANÇA PÚBLICA
Entenda as mudanças de Derrite no projeto antifacção do governo Lula
Lançamentos e disputas
Após polêmicas, Nikolas vai a sessão de autógrafos com Ana Campagnolo